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Brasil

Governo faz leilão da Nova Raposo Tavares; saiba os valores dos novos pedágios previstos


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Quatro grupos disputam a concessão da Nova Raposo, que prevê obras como a construção de 43 quilômetros de marginais contínuas na Rodovia Raposo Tavares, entre as cidades de São Paulo e Cotia, na região metropolitana. O leilão ocorre nesta quinta-feira, 28, na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. O projeto prevê ainda túneis e viadutos na chegada da rodovia à capital.

As concorrentes - Via Appia, CCR, EPR 2 e Ecorodovias - já administram outros sistemas rodoviários pelo País. Três deles disputaram o leilão do Lote Sorocabana, vencido pela CCR pelo lance de R$ 1,6 bilhão, em outubro. A ata de recebimento das propostas foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo na terça-feira, 26.

Desde que o projeto foi anunciado, entidades ambientais e associações de moradores criticam a proposta devido ao impacto na área urbana e ambiental. O movimento 'Nova Raposo, Não!' promete protestar durante o pregão, em frente ao prédio.

O governo estadual tem afirmado que a concessão vai trazer mais segurança e fluidez no trânsito, além de destacar os canais de envio de sugestões para o plano.

- A Raposo vai ganhar cinco novos pedágios do sistema free flow (sem cabines) entre a capital e Cotia. Hoje, o trecho é duplicado e não tem pedágio. Outros cinco novos pedágios estão previstos em toda a concessão.

O lote, com extensão de 92 km de rodovias, deve receber investimento total de R$ 7,9 bilhões em 30 anos, prazo da concessão. Cerca de 80% do valor serão investidos nos primeiros sete anos do contrato. A vencedora do leilão vai cobrar pedágio nos valores entre R$ 0,64 e R$ 4,84 em toda a malha concedida.

- Nos cinco pórticos da Raposo entre São Paulo e Cotia, os valores variam de R$ 0,64 a R$ 1,54. Três deles vão ficar na capital e dois em Cotia: o primeiro será no km 11,9, depois km 15,1, 19,8, 24,7 e o último no km 29.

- Outros três pórticos serão instalados na Estrada da Roselândia (SP-029), de Itapevi a Cotia, e na Estrada Embu-Cotia, com valores entre R$ 0,75 e R$ 2,44. Antes administradas pelo DER, essas rodovias entraram na concessão. Os pedágios na SP-029 serão nos km 32,5 e 43,7. Na Estrada Embu-Cotia, a posição ainda não está definida.

- Na Castello Branco, onde hoje operam três pedágios entre Araçariguama e São Paulo, passarão a ser cinco - Araçariguama, Itapevi, Carapicuíba, Barueri e Osasco -, com tarifas de R$ 1,59 a R$ 4,84. O pedágio de Itapevi, que já existe e cobra tarifa só no sentido interior, vai cobrar nos dois sentidos.

O governo afirma que, com os novos pórticos na Castello, o valor do pedágio passará a ser proporcionalmente menor e mais justo, pois a cobrança será feita por trecho percorrido.

Nos novos pedágios, segundo o governo, a cobrança só começa depois que as obras estiverem prontas, o que, no caso da Raposo, está previsto para o oitavo ano de contrato.

Ponte até Alto de Pinheiros foi tirada do plano

O projeto original da Nova Raposo foi alterado pelo governo, após pressão de entidades da sociedade civil. Uma ponte-viaduto que ligaria a Raposo ao bairro Alto de Pinheiros foi suprimida. No lugar, será construída uma alça de acesso da Avenida Escola Politécnica para a Marginal Pinheiros.

Também houve ajustes no traçado para reduzir o impacto sobre áreas verdes e desapropriações. As paradas de ônibus, que ficariam no eixo principal da rodovia, serão nas marginais. Uma ciclovia de 25 km foi incluída no projeto.

Além da construção das marginais, a Raposo ganhará uma faixa adicional em cada pista expressa. Na Avenida São Camilo, foram incluídas novas alças de ligação com a Granja Viana.

Na região do Butantã, na zona oeste capital, estão previstas várias intervenções, como a construção de três novas pontes sobre o Rio Pinheiros, próximo à Ponte Eusébio Matoso, e de túnel e valas na ligação da Rua Sapetuba com a Avenida Francisco Morato.

Entidades protestam

Desde que foi anunciado, o projeto enfrenta protestos de ambientalistas e associações de moradores. O 'Nova Raposo Não', que reúne mais de 100 entidades, chegou a pedir o adiamento do leilão para mais discussão do projeto, mas não recorreu à Justiça.

Uma audiência marcada para segunda-feira, 25, com representantes do governo estadual foi cancelada. "É a terceira vez que os responsáveis pelo projeto se furtam a discutir com representantes da comunidade", disse Ernesto Maeda, da coordenação do movimento.

Pesquisa encomendada pelo movimento ouviu 2.166 pessoas em outubro e 63% desconheciam o projeto. Dos 37% que disseram saber das obras, 77% consideravam que os impactos seriam negativos. Apenas 23% dos ouvidos disseram acreditar em melhora no trânsito.

O movimento convidou a população a comparecer no leilão desta quinta, na sede da B3, "para expressar sua posição favorável a mudanças (no projeto), que sejam mais responsáveis no âmbito socioambiental e menos rodoviaristas". O leilão começa às 16 horas.

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