Dois suspeitos de chacina são mortos em confronto com a Polícia na Bahia
Outras duas pessoas tiveram envolvimento no crime; Um homem foi preso e o outro ainda está foragido
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Dois homens suspeitos de participação na chacina que deixou nove pessoas mortas na cidade de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, morreram em confronto com a Polícia Civil na madrugada desta terça-feira (29), segundo informações da Delegacia de Mata de São João.
Um suspeito foi preso em flagrante por suspeita de homicídio qualificado. Um quarto homem é procurado.
Os dois suspeitos mortos, informou a Polícia Civil, resistiram à prisão e dispararam contra os policiais. Estes teriam revidado e atingiram os dois homens, que foram socorridos, levados para o hospital, mas não resistiram aos ferimentos.
Um quarto suspeito do crime ainda está sendo procurado pelos agentes em uma região de mata, informou a delegada Christhiane Inocência, diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom).
A polícia informou ainda que, com os suspeitos, foram apreendidas pistolas, munições, rádios comunicadores e porções de drogas. A Polícia Civil ainda investiga a motivação do crime -novos depoimentos serão colhidos nesta terça-feira (29).
A chacina aconteceu na madrugada de segunda (28) em duas casas vizinhas no Portal do Lunda. Uma das casas foi incendiada, deixando sete corpos carbonizados. Na outra casa, foram encontrados os corpos de duas mulheres. Elas seriam vizinhas da família atacada e foram mortas com tiros.
Uma criança de 12 anos sobreviveu e foi socorrida com queimaduras graves. Ela foi internada em um hospital municipal e encaminhada para o Hospital Geral do Estado, em Salvador, referência no tratamento de queimados.
A reportagem percorreu a casa incendiada, que tinha marcas de sangue espalhadas pelas paredes pintadas de verde e no chão de cimento. Os cômodos ficaram tomados pelas cinzas após o trabalho do Corpo de Bombeiros. Brinquedos, como uma bicicleta cor-de-rosa, ficaram para trás.
Na tarde desta segunda-feira (28), o clima era de medo no Portal do Lunda. Moradores evitavam circular pelas ruas, se mantinham dentro de suas casas e, em sua maioria, não quiseram comentar sobre o crime.
As aulas na Escola Municipal Arnaldo Souza Prado, nas proximidades do local da chacina, foram suspensas ainda pela manhã. Era nesta unidade que estudavam as três crianças que morreram.
Uma das vítimas da chacina, identificado por vizinhos pelo apelido Preá, era locatário de um bar no Portal do Lunda desde o ano passado. O estabelecimento fica a cerca de 200 metros da casa atacada, tem paredes em cor azul, bandeirolas coloridas no telhado e uma mesa de sinuca na área externa.
Sob condição de anonimato, moradores disseram que o bar costumava abrigar festas do tipo paredão nos fins de semana. Afirmaram que os eventos tinham participação de pessoas ligadas ao tráfico de drogas, mas evitaram apontar uma correlação entre o negócio e o assassinato da família.
Vizinhos também informaram que Preá havia sido baleado há cerca de dois meses após uma briga em uma festa em outro ponto do bairro.
BAHIA VIVE ONDA DE VIOLÊNCIA
A Bahia enfrenta um de seus momentos mais graves na gestão da segurança, com o acirramento da guerra entre facções, chacinas e escalada da letalidade policial, com epicentro nas periferias das cidades, cujas famílias vivenciam a morte diária de uma legião de jovens negros e pobres.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam a Bahia como o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019. Em 2022, o estado conseguiu reduzir em 5,9% o número de ocorrências, fechando o ano com 6.659 assassinatos.
Ainda não há detalhes sobre como os homens foram encontrados, a motivação ou a participação deles na chacina. As equipes continuam nas ruas procurando pelo suspeito foragido.
Ao localizar os suspeitos, ainda segundo as informações da delegacia, os policiais foram recebidos a tiros e revidaram. Com os suspeitos foram encontrados carregadores, pistolas, rádios de comunicação e drogas.
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