X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Brasil

Desmatamento no cerrado tem novo recorde e cresce 83% em maio

Nos cinco primeiros meses de 2023, foram registrados 3.532 km² de destruição no cerrado, 35% a mais que o visto no mesmo período do ano anterior


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Desmatamento no cerrado tem novo recorde e cresce 83% em maio
|  Foto: Orlando Junior/Prefeitura de Franco Rocha

Enquanto o desmatamento na Amazônia vem caindo, no cerrado ele bateu novo recorde. Nos cinco primeiros meses de 2023, foram registrados 3.532 km² de destruição no cerrado, 35% a mais que o visto no mesmo período do ano anterior.

O mês de maio especificamente teve uma explosão de 83% nos alertas de desmatamento no cerrado, chegando a 1.326 km². Os dados do Deter -programa de monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)- foram divulgados nesta quarta-feira (7) pelo Ministério do Meio Ambiente.

No cerrado, 77% do desmatamento foi registrado em propriedades registradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR). "Em mais de 3/4 do desmatamento nós podemos ter aceso a quem são os responsáveis por essas áreas", afirmou André Lima, secretário Extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial.

Leia mais notícias do Brasil aqui

"Estimativa é que mais da metade do desmatamento no cerrado é autorizado pelos orgãos ambientais estaduais", completou. O secretário afirmou ainda que a pasta estima que também metade dessa destruição seja ilegal.

"Não é possível dizer com certeza e segurança qual o universo de áreas que foram legalmente autorizadas e não é possível dizer se essas autorizações foram legais", afirmou o secretário executivo do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco. Ele afirmou que a pasta já solicitou as informações às autoridades estaduais.

"Ideia é ser muito duro neste momento que a gente precisa conter o desmatamento", completou o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. "nessas propriedade autuadas, já conseguimos comprovar que não tinham autorização [para desmatar]", completou.

Em junho, acontecerá a primeira reunião da comissão do PPCerrado, programa de controle ao desmatamento e restauração do bioma.

Na Amazônia Legal, o desmatamento apresentou queda de 31% com relação ao mesmo período do ano anterior, retornando ao patamar registrado em 2020. Foram 1.986 km² de floresta derrubada contra 2.867 km² em 2022, 2.543 km² em 2021 e 2.038 no ciclo anterior.

"Quase a metade é desmatamento que estarmos registrando dentro do Cadastro Ambiental Rural, o CAR, áreas onde há interese privado, digamos assim", afirmou André Lima.

Ele afirmou que agora as ações do governo vão focar em autuar e até suspender o cadastro rural dos proprietários onde há desmatamento ilegal. Lima disse ainda que 21% do desmatamento da Amazônia Legal foi em assentamentos e 15% em áreas de florestas publicas não destinadas.

"Alertas do Inpe estão se transformando em autos de infração", disse o presidente do Ibama (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo Agostinho. "Logo na sequência, essas áreas serão embargadas", completou.

Agostinho afirmou ainda que, neste ano, já foram mais de R$ 2 bi em multas aplicadas pelo instituto em mais de 2.200 propriedades.

"Não temos no Brasil mais nenhum cadastro ambiental rural incidindo sobre terra indígena", disse o secretário-executivo do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.

O desmatamento na Amazônia Legal e na região do cerrado vem registrando recordes em 2023. Em abril, por exemplo, o bioma atingiu sua máxima da série histórica iniciada em 2019, com mais de 700 km², segundo o monitoramento.

Já a Amazônia, nos quatro primeiros meses do ano, ultrapassou pela primeira vez os 1.000 km² de dematamento registrado.

O Deter mapeia e emite alertas de desmate com o objetivo de orientar ações do Ibama e outros órgãos de fiscalização. Os resultados representam um alerta precoce, mas não são o dado fechado do desmatamento.

O mês de maio marca o início da temporada de seca, quando as queimadas, naturais ou causadas pela intervenção humana, tendem a aumentar a quantidade de floresta desmatada.

Levantamento do MapBiomas mostrou que o Brasil queimou, em média, 160 mil km² de vegetação por ano de 1985 a 2022. O número é equivalente a mais de três vezes e meia a área do estado do Rio de Janeiro (43,7 mil km²).

O estudo é feito a partir de 150 mil imagens de satélite, analisadas por meio de inteligência artificial para identificar as áreas com registros de fogo.

Juntos, a Amazônia (43,6%) e o cerrado (42,7%) concentraram mais de 86% da área queimada nos últimos 37 anos.

No cerrado foram queimados, em média, 79 mil km² todos os anos desde 1985, área maior do que a de países inteiros, como a Escócia (77,9 mil km²). No caso da Amazônia, a média anual foi de 68 mil km² -quase uma Irlanda (84,4 mil km²).

Os dois biomas também têm índices altos de recorrência do fogo, ou seja, regiões que queimam mais de uma vez em períodos relativamente curtos de tempo.

Na Amazônia, 39% da área queimada pegaram fogo uma única vez entre 1985 e 2022, enquanto outros 48% queimaram de duas a quatro vezes.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: