X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Brasil

Cid depõe a Moraes com delação em xeque por omissões sobre plano golpista

Ministro deve decidir se anula ou não o acordo de delação premiada firmado pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Cid depõe a Moraes com delação em xeque por omissões sobre plano golpista
Mauro Cid vai ser ouvido no STF |  Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O tenente-coronel Mauro Cid será ouvido nesta quinta-feira (21) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a respeito de possíveis omissões sobre investidas golpistas de aliados de Jair Bolsonaro (PL).

O ministro deve decidir se anula ou não o acordo de delação premiada firmado por Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente.

Em relatório enviado a Moraes, a Polícia Federal aponta que o militar tem descumprido os termos da delação e dificulta as investigações. A defesa do militar afirma que não há razão para questionar a sua conduta.

A PF utilizou os arquivos recuperados do celular de Cid na apuração que levou à prisão de cinco bolsonaristas, na terça-feira (19), suspeitos de atuar em um plano de golpe de Estado que envolveria matar Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Moraes.

Cid negou aos investigadores que conhecia o plano. Mesmo com eventual anulação da delação, as provas e os depoimentos do militar seguiriam válidos, mas ele poderia perder os benefícios obtidos no acordo.

Ao intimá-lo a depor, Moraes apontou "contradições" entre seus depoimentos e as investigações da PF.

O ministro afirmou ainda que a audiência será realizada para colher "esclarecimentos relacionados aos termos da colaboração" e mencionou "regularidade, legalidade, adequação e voluntariedade".

Cid deverá ser ouvido pelo próprio Moraes, às 14h, no STF.

O tenente-coronel foi preso em maio de 2023 durante operação sobre suposta fraude nos registros dele e de Bolsonaro de imunização contra a Covid.

Moraes decidiu soltar o militar em setembro do mesmo ano, após homologar o acordo de delação premiada. A delação foi fechada no âmbito do inquérito das milícias digitais.

O ex-ajudante de Bolsonaro se tornou peça-chave para as investigações contra o ex-presidente, que envolvem os ataques ao sistema eleitoral e suposta tentativa de golpe em 2022, o caso das joias e a fraude na carteira de imunização, entre outros pontos.

Cid confirmou em sua delação que aliados do ex-presidente monitoravam em 2022 os passos de Moraes para eventualmente prendê-lo caso o então mandatário decidisse levar adiante medidas para impedir a posse de Lula. Havia nas minutas golpistas a previsão de detenção do ministro.

Ele confirmou ainda terem ocorrido reuniões entre Bolsonaro e os chefes militares para tratar de estratégias jurídicas para dar o golpe. Os mesmos fatos foram ratificados posteriormente pelos comandantes do Exército e da Aeronáutica.

Na terça-feira (19), após a prisão dos suspeitos de tramarem o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes, o tenente-coronel prestou depoimento à PF durante três horas.

O advogado Cezar Bittencourt, que defende Cid, disse à Folha de S.Paulo não ver motivos para se questionar a validade da delação. "Eu devo ser ouvido, mas não vejo motivo. Afinal de contas, ele está cumprindo a parte dele, colaborou com a Justiça e está contribuindo há um ano e meio."

Bittencourt também disse que o militar não atuou em plano golpista contra a posse de Lula.

"O Cid não teve, não tem e nem terá interesse em derrubar governo nenhum. Ele não ganhava nada com isso. Se existiu esse movimento na época? [Eles] conversaram, mas conversaram lá em dezembro e janeiro. Não tem nada de especial, nada de novo", disse o advogado.

Depois do último depoimento de Cid, a PF enviou um relatório a Moraes apontando a suposta omissão do militar nas investigações. O ministro do STF também acionou a PGR (Procuradoria-Geral da República), que deve se manifestar sobre a manutenção da colaboração do militar.

Foram presos nesta semana o general da reserva Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro,, os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares.

A investigação aponta que Fernandes elaborou um plano para impedir a posse de Lula, que incluía os assassinatos. Os suspeitos teriam discutido a investida golpista na residência do general da reserva Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice em 2022 na chapa derrotada de Bolsonaro. Cid teria participado do encontro.

A delação de Cid havia sido questionada também no começo do ano, quando a revista Veja revelou áudios em que o militar diria que era obrigado a corroborar versões conforme narrativas já construídas pela PF.

Após a divulgação dos áudios, ele chegou a ser preso, em março, por "descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça", segundo o gabinete de Moraes.

O ministro decidiu soltar o tenente-coronel em maio. "Foram reafirmadas a regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal e a voluntariedade da manifestação de vontade", afirmou à época.

A liberdade provisória foi concedida mediante a manutenção das medidas cautelares, como a proibição de manter contato com outros investigados e o uso da tornozeleira eletrônica.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: