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Brasil

Ciclone no RS causa 4 mortes, bloqueia estradas e deixa 460 mil sem luz

Em alguns municípios, a quantidade de chuva nas últimas 24 horas ultrapassou em quase duas vezes o previsto para o mês


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Imagem ilustrativa da imagem Ciclone no RS causa 4 mortes, bloqueia estradas e deixa 460 mil sem luz
A expectativa é que o ciclone comece a perder força ao se deslocar para o oceano Atlântico, e a previsão é de tempo firme neste sábado (17) |  Foto: Reprodução/INMET

Um ciclone extratropical sobre o litoral do Rio Grande do Sul faz com que estado enfrente chuva ininterrupta e provoca diversos estragos desde a noite de quinta-feira (15), sobretudo na região leste que abrange, além do litoral, a serra gaúcha, a região dos vales e a região metropolitana de Porto Alegre.

A Defesa Civil confirmou quatro mortes, duas em São Leopoldo, cidade em que choveu 255 milímetros nas últimas 24 horas: um homem de 23 anos, vítima de uma descarga elétrica, e outro que teve o carro arrastado pela enxurrada. As duas outras vítimas são de Maquiné, no litoral norte. Há outros dez desaparecidos: sete em Caraá, dois em Três Forquilhas e um em Maquiné.

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Na rodovia ERS-122, no vale do rio Caí, um acidente com um carro a serviço da Prefeitura de Riozinho matou os dois ocupantes. O carro teria aquaplanado e se chocado contra um poste.

No Twitter, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou solidariedade às vítimas. O governador Eduardo Leite (PSDB) publicou em seu perfil o vídeo de um telefonema entre ele e o presidente, que prometeu apoio aos governos estaduais de Rio Grande do Sul e Santa Catarina e às prefeituras. No final da tarde, Leite viajou ao litoral para acompanhar os trabalhos da Defesa Civil.

Os ministros Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social) e Paulo Pimenta (Comunicação Social) irão ao Rio Grande do Sul.

Em alguns municípios, a quantidade de chuva nas últimas 24 horas ultrapassou em quase duas vezes o previsto para o mês. Foi o caso de Maquiné, no litoral norte, onde choveu 294 milímetros enquanto o esperado para o mês de junho é o acúmulo de 140 a 180 milímetros.

Porto Alegre, onde choveu 156 milímetros, amanheceu com 20 pontos de bloqueios no trânsito por quedas de árvores. As cheias atingem também os vales dos rios Caí, Paranhana, Sinos e Taquari. Há registro de danos no extremo sul de Santa Catarina.

Na manhã de sexta-feira (16), somados os clientes das duas concessionárias de energia elétrica, havia cerca de 460 mil pessoas sem luz no Rio Grande do Sul. Às 17h30, o número era de aproximadamente 360 mil gaúchos afetados.

Em Sapiranga, na região metropolitana de Porto Alegre, a Unidade de Pronto-Atendimento ficou alagada e pacientes tiveram de ser transferidos de bote para o hospital do município. Outro município da região em situação grave é Gravataí, onde choveu 233 milímetros. No distrito de Morungava, pessoas ficaram ilhadas. Na serra gaúcha, o principal problema é de deslizamentos de terra em estradas.

Por volta das 22h de quinta-feira, o prefeito de Maquiné, no litoral norte, João Marcos Bassani dos Santos, fez um apelo nas redes sociais para que os moradores da cidade do litoral norte deixassem suas casas e procurassem locais seguros para fugir da inundação. Pela manhã, 50 famílias haviam sido resgatadas e encaminhadas a um salão paroquial.

Em Santo Antônio da Patrulha, também no litoral, um lar de idosos com 70 residentes teve de ser evacuado, e eles foram levados a um ginásio. Em Tramandaí, um dos maiores municípios gaúchos, houve registro de ventos de 200 km/h e acúmulo de água superior a 100 milímetros.

Em Capão da Canoa, o Hospital Santa Luzia foi inundado à noite e cancelou atendimentos até o final da manhã seguinte. À tarde, voltou a atender pacientes com restrições devido ao dano em um tomógrafo.

Após desbloqueios na primeiras horas da manhã, conforme a Polícia Rodoviária Federal, às 14h, havia 4 pontos de bloqueio parcial em rodovias federais em razão de deslizamentos ou danos no asfalto. A BR-116 seguia totalmente bloqueada no km 181, em Caxias do Sul, por uma queda de barreira. Em rodovias estaduais, neste mesmo horário, havia 2 bloqueios totais e 14 parciais.

Conforme a Defesa Civil, em termos de acúmulo de água, o horário mais crítico ocorreu por volta das 15h desta sexta (16), quando os rios Maquiné, Taquari e Caí alcançaram seus níveis máximos. Estima-se que haja acúmulo de mais de 60 milímetros de chuva nesta tarde.

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), anunciou que o ginásio do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), no bairro Santana, está aberto para o acolhimento de famílias desabrigadas.

A expectativa é que o ciclone comece a perder força ao se deslocar para o oceano Atlântico, e a previsão é de tempo firme neste sábado (17). O alerta vermelho emitido pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) -em que é citado alto risco de danos em edificações, corte de energia elétrica, queda de árvores, descargas elétricas, alagamentos, enxurradas e transtornos no transporte rodoviário- ficou em vigor até as 15h desta sexta.

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