X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Brasil

Casais católicos LGBT+ buscam bênção após aprovação do Vaticano

Vaticano autorizou na segunda-feira (18) a bênção para cônjuges do mesmo sexo


Imagem ilustrativa da imagem Casais católicos LGBT+ buscam bênção após aprovação do Vaticano
Vaticano aprovou benção para cônjuges do mesmo sexo |  Foto: Canva

"O amor de Deus é para todos, e a igreja teve finalmente coragem de aceitar isso", declara a carioca Daniella Cardozo, 25. Bissexual, ela vive relacionamento com Marianne de Luna, 28, desde meados de 2020. Católica, planeja buscar bênção à união após aprovação do Vaticano.

Em decisão histórica, a Sé Apostólica autorizou nesta segunda-feira (18) a bênção para cônjuges do mesmo sexo.

Leia mais notícias Nacionais aqui

No Brasil, a Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT+ celebra a novidade. Para o grupo, ela reconhece e valida a existência de famílias diversas por parte da Igreja Católica. É, afirmam, passo positivo em direção à visibilidade e aceitação das diferentes formas de amor presentes na comunidade.

O governo pontifício, porém, não alterou seu veto ao casamento homoafetivo. O texto assinado pelo papa Francisco destaca que o ato da dádiva litúrgica aos casais homoafetivos em nada deve se assemelhar ao matrimônio.

Para o cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, o parecer é claro. "Trata-se de bênçãos concedidas pela Igreja a pessoas. Isso é diferente de celebrar um casamento ou fazer uma ação com efeito jurídico e institucional", escreveu à Folha de S.Paulo.

A bênção é um ato religioso frequente. Ela expressa benevolência, conforto e proximidade. A ação, porém, não significa a solução ou perdão para tais situações. "São simples bênçãos", explica dom Odilo.

Embora entendam a ressalva, Danielle e Marianne consideram o parecer da Igreja como revolucionário. Segundo elas, o catolicismo já ceifou vidas de LGBTs em nome de Deus. Hoje, no entanto, o papa está tentando fazer a diferença, afirmam. O casal deve buscar a graça na próxima semana.

Ocorre que a declaração do Vaticano não obriga um sacerdote a abençoar pessoas em "situações irregulares", ressalta o padre André Boccatto, professor de teologia na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Ele diz ser necessário analisar caso a caso, tendo como base um único mandamento deixado por Jesus: "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si".

Carlos e Matheus

O catolicismo foi o elo entre o advogado Carlos Ramos, 41, e o servidor público Matheus Peripato, 42. Moradores de São Paulo, eles se conheceram há dez anos, quando engataram namoro. Quatro anos depois, passaram a viver juntos.

Ambos frequentam um grupo de apoio a fiéis homossexuais. "A fé sempre esteve presente em nossas vidas, e compartilhá-la só nos engrandece como casal", diz Carlos.

Saber da nova resolução sobre bênçãos a união homossexual foi um alívio para eles. Poderiam, enfim, ter o reconhecimento social do valor da sua crença e inspirar outros gays a compartilharem sua verdadeira identidade em todas as esferas.

"Antes, era muito incoerente. Abençoavam chaves de carro, contratos, mas negavam fazer o mesmo com duas pessoas adultas que se amam", relata Carlos. "É incrível isso mudar, mostra a evolução da sociedade."

Eles ainda não definiram quando buscarão sua consagração, mas afirmam estar ansiosos para tanto.

Luan e Eduardo

Um noivado parou a pequena cidade de Iguatu, no interior do Ceará, em novembro deste ano. Era o de Luan Layzon, 33, e Eduardo Parente, 25. Este é advogado, aquele psicólogo. A festa celebrava uma união de oito anos entre os homens.

Os cônjuges, criados em seio católico, aspiravam um matrimônio religioso desde então. A viabilidade, porém, era impossível. Na última segunda-feira, tiveram esperança. Com a bênção liberada, julgaram estar o casamento no mesmo bolo. Erraram, mas não ficaram tristes.

"Fiquei extremamente feliz com a notícia. É algo já extraordinário", diz Luan. Foi ele quem tomou a iniciativa, no mesmo dia, de ligar para padres conhecidos e sondá-los sobre a possibilidade de receber a bênção durante uma cerimônia de enlace civil. As repostas, afirma, foram positivas.

Para o casal, o posicionamento da Igreja ecoa um novo mundo e a força da militância de minorias crentes no Evangelho.

"Acreditamos, porém, que a bênção nós já temos. Nosso amor é abençoado e não precisamos que ninguém autorize nosso sentimento e nossa existência católica LGBT", declaram.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: