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Brasil

Câmeras e lâmpadas desligadas: o que se sabe sobre a fuga no presídio de Mossoró

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento fugiram do presídio após escalar uma luminária


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Imagem ilustrativa da imagem Câmeras e lâmpadas desligadas: o que se sabe sobre a fuga no presídio de Mossoró
Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça se declaram integrantes do CV (Comando Vermelho) |  Foto: Reprodução

Os criminosos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró na quarta-feira, 14, encontraram uma série de facilidades que tornaram possível a saída do presídio no Rio Grande do Norte. De acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, parte das câmeras não estava funcionando adequadamente e algumas luzes estavam apagadas no momento da fuga.

Lewandowski narrou parte da dinâmica da fuga. Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento fugiram do presídio após escalar uma luminária, chegarem ao teto e acessarem o setor onde é feita a manutenção do presídio.

Os criminosos pegaram ferramentas que estavam sendo utilizadas em uma obra de manutenção no presídio. Como o local reformado estava protegido apenas por um tapume de metal, os criminosos encontraram uma brecha na proteção, saíram e cortaram o alambrado de proteção com um alicate recolhido na obra.

"A fuga ocorreu em uma terça-feira para Quarta-feira de cinzas, onde, eventualmente, as pessoas estavam mais relaxadas, como costuma ocorrer nesse momento", afirmou o ministro Ricardo Lewandowski.

Segundo o ministro, o presídio tinha diversas falhas em sua construção, o que também tornou a fuga mais fácil. "Outro fator é que o presídio estava passando por uma reforma interna, havia operários dentro da unidade, ferramentas que não estavam devidamente acondicionadas e trancadas. Possivelmente, estavam espalhadas ao alcance das pessoas que realizaram a fuga. Havia defeitos na construção do presídio. Houve uma fuga pela luminária da cela e, ao invés de a luminária e o entorno estarem protegidos por laje de concreto, estava protegida e fechada com um simples trabalho comum de alvenaria", explicou.

De acordo com Lewandowski, há 300 agentes atuando na busca pelos detentos. Os policiais trabalham com a hipótese de que os foragidos estejam num perímetro de 15 quilômetros ao redor da penitenciária. Câmeras externas não registraram a chegada de veículos para resgatar os prisioneiros e também não foram identificados furtos ou roubos de veículos na região, o que reforça a hipótese de que Mendonça e Nascimento fugiram a pé.

O ministro relatou que nas proximidades da penitenciária uma casa foi invadida e houve furto de roupas e comidas. O que, segundo ele, indica que o ato pode estar relacionado a uma tentativa de sobrevivência dos foragidos.

"É um conjunto de circunstâncias que favoreceu a fuga desses dois detentos. É por isso que não imaginamos que tenha sido algo orquestrado de fora, arquitetado com muito dinheiro, custo, com veículos aguardando, com helicóptero. Foi uma fuga que custou muito barato", afirmou Lewandowski.

Essa é a primeira vez na história que presos conseguem escapar de um presídio federal. O ministro afastou a direção da penitenciária e escolheu um interventor para comandar a unidade.

Mais cedo, durante coletiva de imprensa em Mossoró, o secretário Nacional de Políticas Penais (Senappen), André Garcia, admitiu falhas na implementação dos protocolos de segurança. "Não há chance de acontecer um evento dessa natureza quando os protocolos são seguidos rigorosamente", disse Garcia.

Segundo apuração preliminar, os foragidos seriam ligados ao Comando Vermelho. No mesmo presídio em Mossoró está preso o líder da facção criminosa, Fernandinho Beira-mar. Segundo o secretário, no entanto, a princípio não há relação de Beira-mar com a fuga.

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