Brasileiros repatriados de Israel serão levados de graça a seus estados
Governo aceitou uma proposta da Azul para que a companhia aérea faça o transporte
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O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse à Folha, nesta quarta-feira (11), que o governo brasileiro aceitou uma proposta da Azul para a companhia aérea transportar de graça brasileiros repatriados de Israel para seus estados.
Por meio de nota, a empresa confirmou que tomou a iniciativa da medida e "se colocou à disposição do Palácio do Planalto para apoiar na logística de interiorização dos brasileiros que foram resgatados de Israel pela Força Aérea Brasileira em virtude do conflito na região".
A Azul Linhas Aéreas afirmou que vai atender todos que estão voltando ao Brasil pela FAB, levando-os do ponto de chegada até seus destinos finais no país. Um brasileiro que chegou a Brasília e que seja de São Paulo, por exemplo, será transportado da capital federal à cidade paulistana pela aérea de graça.
A companhia frisou que não vai compartilhar informações específicas dos deslocamentos em respeito à privacidade desses cidadãos, mas que toda sua malha aérea estará à disposição.
Múcio está em Pernambuco para uma agenda do governo federal que fará anúncios na área da Segurança Pública.
O ministro da Defesa confirmou que o governo segue em negociações para tentar repatriar brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Ainda segundo ele, cerca de 2.300 brasileiros —sem contar os 211 que já voltaram no primeiro voo — demonstraram interesse em voltar por meio de voos da FAB.
O primeiro voo usado para repatriar 211 brasileiros pousou em Brasília na madrugada desta quarta, às 4h07. A FAB informou na segunda (09) que devem voltar, ao todo, 900 brasileiros ao país até sábado (14). A operação poderá ser repetida na próxima semana, caso haja necessidade.
O governo trabalha para retirar os cidadãos do local desde o início do conflito, que começou com ataques do grupo terrorista Hamas sobre o território israelense a partir da Faixa de Gaza no último sábado (7). Os ataques dispararam uma violenta resposta dos israelenses. Eram mais de 1.800 mortos dos dois lados até a tarde desta terça (10).
Há, ainda, mais de cem reféns em Gaza, sequestrados pelo Hamas. As Brigadas al-Qassam, braço armado do grupo, ameaçaram executar as vítimas sequestradas caso Tel Aviv prosseguisse com bombardeios contra a região. A ameaça não intimidou as forças israelenses, que continuam atacando o enclave palestino.
O Ministério da Defesa de Israel afirmou nesta quarta que há brasileiros entre as pessoas mantidas reféns pelo grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. O anúncio foi feito por Jonathan Conricus, porta-voz do Exército israelense.
"Temos [entre os reféns] americanos, britânicos, franceses, alemães, italianos, brasileiros, argentinos, ucranianos e diversos outros países", disse ele em vídeo. "Estamos comprometidos a trazê-los de volta."
Ao menos dois brasileiros morreram no conflito. A morte de Bruna Valeanu, 24, foi confirmada nesta terça (10) por familiares e pelo Itamaraty. Na véspera, havia sido anunciada a morte do gaúcho Ranani Glazer. Ambos estavam em um festival de música eletrônica perto do kibutz Re'im, a poucos quilômetros da fronteira com Gaza, quando o local foi invadido por extremistas.
Um terceiro cidadão brasileiro, ainda não identificado, continua desaparecido. Participantes da festa dizem que uma sirene tocou ao amanhecer e foi seguida de barulhos de tiros. Os participantes do evento tentaram fugir do local correndo ou em carros, mas encontraram jipes de terroristas armados. Mais de 260 corpos foram encontrados no local.
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