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Brasil

Bolsonaro diz acordar 'todo dia com a sensação da PF na porta'

Ex-mandatário afirmou que acorda todos os dias com a sensação de que será alvo de uma operação da Polícia Federal


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Imagem ilustrativa da imagem Bolsonaro diz acordar 'todo dia com a sensação da PF na porta'
Bolsonaro diz acordar 'todo dia com a sensação da PF na porta' |  Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (22) que tem a sensação de que será preso por causa dos inquéritos que investigam o golpe de Estado, a fraude em seu cartão de vacinação e também as joias presenteadas pela Arábia Saudita.

O ex-mandatário afirmou que acorda todos os dias com a sensação de que será alvo de uma operação da Polícia Federal —corporação que ele disse que "tem lado" e que é "persecutória".

"Eu acordo todo dia com a sensação da PF na porta. Qual a acusação? Não interessa", afirmou o ex-presidente.

As declarações foram dadas ao canal AuriVerde Brasil. Essa é a segunda vez apenas nesta semana que Bolsonaro aparece no canal, onde é pouco questionado sobre temas polêmicos e tem a liberdade para transmitir seus recados.

Declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral, o ex-presidente foi indiciado no ano passado pela Polícia Federal em três inquéritos: sobre as joias, a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19 e, mais recentemente, a tentativa de golpe de Estado.

"Vão me prender por quê? A questão de joias está aí. Está aí o TCU [Tribunal de Contas da União] dizendo que o relógio do Lula é dele, dizendo que o Congresso realmente tem que fazer uma lei para disciplinar a questão de brindes. Todos os presentes que eu recebi eu devolvi", afirmou o ex-presidente.

Durante a participação no canal, ele lamentou não poder ter viajado aos Estados Unidos para a posse de Donald Trump. O seu pedido de reaver seu passaporte foi negado na semana passada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Bolsonaro então disse que não pretende fugir do país e que já teria feito, se essa fosse a sua vontade. "Nunca pensei em sair em forma definitiva. Poderia ter saído lá trás e fiquei. Eu quero é ficar aqui para lutar com meu país", afirmou.

Em outro momento, o ex-presidente falou sobre as eleições de 2026 e criticou a possibilidade de uma "terceira via" ou de "direita limpinha", além de pessoas que se apresentam como possíveis candidatos no campo da direita.

"Não fica inventando terceira via, direita limpinha, não sei o quê, fazer um gestinho pra lá pra cá, com a sua inexperiência, com a sua até boa vontade, mas você não tem como enfrentar hoje em dia um sistema pelo povo", afirmou.

Sem citar nomes, criticou políticos "de pequena idade".

"Olha só, pessoas mais inteligentes do que eu têm milhares por aí. Algumas de pequena idade estão se lançando já, 'eu sou candidato, eu vou resolver' na base da lacração. Eu não quero dar dica aqui de quem seriam essas pessoas, mas se coloque naquela cadeira [presidencial]. Lá [Congresso Nacional], você tem 594 parlamentares. Tem os bons? Tem, mas tem uma massa lá que é complicada. Eu tive 28 anos lá dentro."

O ex-presidente ainda elogiou a decisão de Trump de retirar os Estados Unidos da Organização Mundial de Saúde. E então criticou a entidade por sua atuação durante a pandemia da Covid-19.

Nesse momento, Bolsonaro leu um relatório elaborado por comissão do Congresso americano, na qual retomou as suas falas negacionistas, como críticas às vacinas e ao uso de máscaras de proteção.

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