Café capixaba fica mais “amigo” do meio ambiente
Cultivo do conilon no Estado retém mais gases que causam o efeito estufa do que emite em todo o processo produtivo
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O café conilon capixaba é mais “amigo da natureza”. Dados da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) mostram que o cultivo do grão no Estado retém mais gases que causam o efeito estufa do que emite em todo o processo produtivo.
Isso aconteceu por causa da adoção de práticas mais sustentáveis, entre elas, o retorno dos resíduos de pós-colheita ao solo, a manutenção dos resíduos das podas nas lavouras, a prática de cobrir o solo na entrelinha do café, na fase inicial da lavoura, e a preferência por adubos orgânicos.
A conclusão vem da pesquisa “Balanço de GEE do Café Conilon Capixaba”, promovida pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em colaboração com o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo, Seag.
O estudo foi feito sob a condução técnico-científica do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e do professor Carlos Eduardo Cerri, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
O secretário de Estado da Agricultura do Espírito Santo, Ênio Bergoli, interpreta que os resultados obtidos ressaltam a importância do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Estado.
A iniciativa conta com 27 projetos, destacando-se o referente à adequação de oito mil propriedades cafeeiras no processo de sustentabilidade até o fim de 2026. O investimento nessa ação é de RS 5,45 milhões.
“A cafeicultura capixaba impulsiona a economia estadual, com o avanço da sustentabilidade e da tecnologia. O programa lançado vem ampliar a difusão das práticas sustentáveis na cafeicultura e a adoção das práticas ESG, além de dar suporte para nossos produtores serem inseridos nesse processo de adequação das propriedades”, disse.
Ele frisou que com a atuação, em cima dos indicadores econômicos, ambientais e sociais propostos, os produtores vão conquistar melhor desempenho e resultado econômico, sendo, portanto, mais competitivos e atendendo aos mercados mais exigentes.
“Isso resultará na preservação e na conservação de recursos naturais, além de promover a melhoria na qualidade de vida nas propriedades cafeeiras.”
Os números- 2,6 milhões de sacas exportadas em 4 meses
- 2,3 milhões eram de café conilon
Entenda
Os gases nocivos
A produção do café é a fase que mais emite gases que causam o efeito estufa. O cafeeiro é uma pequena árvore ou arbusto que era tradicionalmente cultivado à sombra do dossel da floresta.
A modernização do setor levou à transformação de muitos cafezais em vastos campos totalmente expostos ao sol. Isso acrescentou a necessidade de irrigação, sistemas de fertilização e uso de pesticidas.
Redução da emissão
Essa mecanização, irrigação e uso de fertilizantes emissores de óxido nitroso – cuja produção requer grandes quantidades de gás natural – contribuem muito para a pegada de carbono.
A adoção de práticas mais sustentáveis, entre elas, o retorno dos resíduos de pós-colheita ao solo, a manutenção dos resíduos das podas nas lavouras, a prática de cobrir o solo na entrelinha do café, na fase inicial da lavoura, e a preferência por adubos orgânicos diminuem o carbono no café.
O café capixaba
Nos primeiros 4 meses deste ano, foram exportadas 2,6 milhões de sacas de café, sendo 2,3 milhões de conilon, 171,4 mil de arábica e 188,2 mil sacas equivalentes de solúvel.
O complexo cafeeiro continua sendo o grande destaque das exportações do agronegócio, consolidando o principal arranjo produtivo agrícola como o primeiro em geração de divisas.
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