Juros ficam menores para investir no próprio negócio

O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) vai reduzir em até 33% os juros dos empréstimos para micro e pequenos empresários investirem no próprio negócio. 

A redução vai beneficiar 143.740 empreendedores no Espírito Santo, conforme dados divulgados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O anúncio da redução dos juros foi feito pela presidente da Caixa Econômica, Rita Serrano, ontem, durante evento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo.

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Apesar de o anúncio ter sido feito pela Caixa, pelo menos 14 bancos no País operam com o Pronampe, entre eles Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander e Banestes. Todos oferecerão os juros reduzidos em empréstimos.

A Caixa firmou acordo com a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e disse que, só entre seus clientes, 2,1 milhões de empreendedores serão beneficiados. 

“A Caixa está voltando a atuar fortemente nos programas do governo, no Minha Casa, Minha Vida, [no] Bolsa Família. Toda a função da Caixa no gerenciamento de programas sociais está retornando e, junto com isso, o olhar para o desenvolvimento. Precisamos de crédito para produzir”, disse Rita.

Empresas associadas ao convênio poderão contratar linha de capital de giro com taxas a partir de 1,21% ao mês. A compra de máquinas e equipamentos terá taxas a partir de 1,34% ao mês. As informações são da Agência Brasil. 

Os associados também terão taxas reduzidas na contratação do GiroCaixa Fampe, com juros a partir de 1,87% ao mês. Sem destinação específica e sem garantia, ele é para microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, que faturam até R$ 4,8 milhões por ano.

O Pronampe foi criado com objetivo de ajudar empresas na pandemia, lembrou a contadora Mônica Porto. No entanto, o programa se tornou permanente e com juros mais baixos, atraindo empresários que, sem planejamento, se endividaram.

Mesmo com as carências do  programa, muitos empresários não estão conseguindo honrar o empréstimo. “Eles usaram os recursos para pagamento de funcionários, aluguel e despesas correntes, já que estavam com queda nas receitas”, detalhou.

A empreendedora Jhenyffer Dias Monteiro, 38 anos abriu a sua primeira loja física. |  Foto: Acervo Pessoal

Pegou empréstimo

A empreendedora Jhenyffer Dias Monteiro, 38 anos, tinha uma empresa de entrega de donuts (bolo em forma de rosca). Em 2022, ela  pegou um empréstimo de R$ 21 mil no Banestes e abriu a sua primeira loja física. 

Ela contou que o negócio está dando certo, caminhando um dia após o outro. “Recentemente, nós contratamos cinco pessoas”, comemorou. O donuts é um produto artesanal. “A gente produz artesanalmente recheios caseiros. Nós prezamos muito a qualidade dos insumos”.

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Empreendedores

O Espírito Santo possui 436.198 pequenos negócios, sendo: 292.458 Microempreendedores Individuais (ME), 122.494 Microempresas (ME) e 21.246 empresa de pequeno porte (EPP), de acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Caixa

A presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, defendeu o aumento da flexibilidade de negociações do Programa Nacional. Além disso, a Caixa está voltando a atuar fortemente nos programas do governo, no Minha Casa, Minha Vida e no Bolsa Família.

Segundo a presidente do banco, toda a função da Caixa no gerenciamento de programas sociais está retornando. 

Mudança de regra

A mudança de regra no Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) vale para todos os bancos que operam com a linha de crédito. A redução vai chegar até a 33%.

Além disso, o governo também quer dar mais flexibilidade de negociação para as empresas. 

Total de bancos 

No brasil, são 14 bancos autorizados a operar com essa linha. Entre  eles: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bancoob, Sicredi, Bradesco, Itaú  Santander e Banestes, por exemplo. 

Objetivo

O objetivo do governo federal com a mudança de regra é ajudar esses empreendedores a investirem e ampliarem suas empresas. De acordo com especialistas, isso deverá estimular a economia. A expectativa é de que sejam criadas novas oportunidades de emprego e o mercado seja movimentado.

Importância

A maior parte dos empregos no Brasil são criados pelas pequenas empresas. 

Riscos

O Programa Nacional foi criado com o objetivo de ajudar as empresas no enfrentamento da crise causada pela pandemia. Mesmo com esse dinheiro, muitos dos empreendedores não estão conseguindo honrar com o empréstimo.

Entre as possibilidades está a  flexibilização para renegociação, o que  ajudaria bons pagadores, mas abre uma brecha para os maus pagadores usarem o recurso e não honrarem.

Reduzir os juros significa reduzir a margem de lucro da instituição. O lucro é o estímulo para que a instituição empreste. Mas, dando crédito de forma muito farta, o risco de prejuízo é aumentado.

Outros produtos

Além do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), os bancos também possuem outros produtos voltados para empreendedores.

Eles podem ajudar o empreendedor a abrir um novo negócio, a comprar equipamentos, ou criar um capital de giro, por exemplo. 

Contudo, especialistas alertam que é importante saber o momento adequado de apostar no negócio. O empréstimo pode sofrer uma virada e marcar uma nova trajetória. 

Bandes 

Para atender as pequenas empresas, estas são as linhas e suas respectivas condições:

Bandes Retomada 

Valor: de R$ 50 mil até R$ 5 milhões. 

Prazo: até 5 anos, com até um ano de carência. Juros: a partir de 0,29% ao mês + Selic.

Fungetur.

Valor: até R$ 10 milhões. 

Prazo: até 10 anos, com até 2 anos de carência. 

Juros: a partir de 0,24% ao mês + INPC isento de IOF.

Bandes Solar (sistemas fotovoltaicos) 

Valor: até R$ 300 mil

Prazo: até 10 anos, com até 3 anos de carência. Juros: a partir de 0,25% ao mês + Selic isento de IOF.

Informações: bandes.com.br/credito.

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