Com o aumento no valor do gás, mais pessoas procuram por fogão a lenha
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Com o preço nas alturas, o gás utilizado nas cozinhas residenciais, seja encanado ou na botija, tem sido trocado por outras opções mais econômicas. Uma dessas alternativas tem sido uma volta ao passado, com o uso residencial de fogões a lenha.
Fabricando um modelo portátil do utensílio desde 2018, o empresário Thiago Lima afirma que nunca vendeu tantos fogões a lenha como agora. No momento são comercializadas em média oito peças por semana.
“No começo, meus clientes eram, na maioria, pessoas que queriam apenas recordar o tempo que viveram na roça, para fazer algo diferente num fim de semana, essas coisas. Hoje não, as pessoas estão procurando para substituir o fogão a gás, que tem o consumo cada vez mais caro”, afirma.
A movimentação de pedidos tem sido tão grande que é difícil encontrar uma peça para pronta-entrega na fábrica, que tem atendido apenas por encomenda.
“Até pouco tempo eu trabalhava sozinho fabricando os fogões a lenha, mas nos últimos meses eu tive que contratar ajudantes para poder dar conta da demanda”, reforça Thiago.
O modelo mais simples de fogão a lenha portável custa a partir de R$ 600. Segundo Thiago, os clientes que desejam fugir dos custos com gás de cozinha têm aderido ao investimento.
Atualmente, o preço do botijão de gás (GLP) supera a casa dos R$ 100, comprometendo aproximadamente 10% do salário mínimo.
Segundo o economista e professor Marcelo Loyola, esses aumentos recorrentes no preço do gás de cozinha vão refletir também para quem não tem gás encanado ou não cozinha em casa.
“Esses reajustes vão ser repassados para o consumidor final, mesmo que ele não tenha consumo de gás em casa. A conta vai parar nos restaurantes e demais serviços. Quando se há um aumento no custo dos insumos importantes para a indústria, como é o caso do gás natural, há um impacto geral na inflação porque esse custo é repassado aos preços dos produtos”, explica o economista.
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