As consequências e os riscos da gravidez na adolescência
A fase da infância e da adolescência é um período da vida de grande importância e transformações, pois são etapas nas quais a pessoa vivencia experiências emocionais de modificações de valores.
As consequências e os riscos da gravidez na adolescência trazem impactos nas áreas sociais, econômica e emocionais, tanto para a saúde da mãe quanto da criança que estará chegando entre nós.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, a taxa de gestação na adolescência no Brasil é alta: são cerca de 400 mil casos por ano.
Nesse cenário, muitas adolescentes não conseguem concluir os estudos quando engravidam, pois não conseguem conciliar a função de mãe com a de estudante. O que impacta diretamente na vida social desta família, por causa do aumento da dependência econômica, já que essa adolescente vê afastada a sua autonomia no mercado de trabalho com sua força produtiva.
Ainda em razão disso, da impossibilidade de trabalhar, inicia-se um ciclo vicioso com a perpetuação da pobreza, que é um dos potencializadores da violência doméstica e familiar com essa adolescente que se encontra em situação de vulnerabilidade.
Precisamos refletir sobre a saúde dessa adolescente, pois na maioria das vezes a gravidez é indesejada, vindo a se submeter a procedimentos de abortos sem a devida segurança comprometendo a saúde dessa jovem, trazendo grandes riscos a sua vida sendo um dos principais fatores de morte materna.
Quando pensamos nos impactos emocionais, são imensos, pois essa adolescente ainda está na fase de amadurecimento, ainda em formação quando passa a assumir responsabilidades de cuidar de outra criança.
Mas são importantes políticas públicas que tenham por objetivo a erradicação da gravidez na adolescência. Um dos pilares para que esse objetivo seja alcançado é a educação. A falta de informação e orientação sexual na família e na escola faz com que ocorra a gravidez não planejada, o nascimento de bebês prematuros, entre outras conseqüências na vida dessa adolescente.
É necessário termos uma parceria devidamente estruturada, com ações alinhadas com os órgãos da saúde e da educação, que tenha por objetivo oferecer informações sobre a prevenção da gravidez nessa fase da vida das meninas.
No Espírito Santo, a Comissão da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ-ES), organização não-governamental de juristas, de âmbito nacional, fundada em 1985, tem, entre os objetivos, contribuir para o estudo crítico do Direito e fomentar ações direcionadas sob a perspectiva do empoderamento feminino e na defesa das meninas pela igualdade de gênero e demais temáticas relevantes ao desenvolvimento da mulher como ser humano.
Ações como essas são fundamentais para mudarmos a triste realidade de muitas adolescentes que se veem mães antes do tempo! É preciso união de todos para espalhar conscientização e amparo às nossas meninas!
Edilamara Rangel é advogada e coordenadora da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da ABMCJ-ES.