Moradores de rua ocupam o Sambão do Povo
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O Sambão do Povo, espaço onde acontecem os tradicionais desfiles das escolas de samba do Carnaval, em Vitória, está ocupado por moradores em situação de rua.
A reportagem de A Tribuna esteve na segunda-feira (22) pela manhã no local e flagrou várias pessoas dormindo em barracas e colchões embaixo das marquises das arquibancadas. Os moradores levaram móveis para o Sambão, como bancos, cama e cômoda.
Alguns armaram barraca para se proteger do sol e da chuva.
Chama a atenção o fato de que próximo à região do Sambão do Povo existe um espaço de acolhida, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social para População de Rua (Centro-Pop). O local fica no bairro Mário Cypreste, na capital.
No momento em que a pandemia de Covid-19 registra um grande aumento no número de casos, pessoas em situação de rua acabam ficando muito expostas ao vírus.
O filósofo e mestre em Segurança Pública Josimar Grippa explica que é necessário entender o que fez com essas pessoas fossem morar nas ruas para dar o encaminhamento adequado.
“É preciso saber porque essas pessoas estão na rua, quais são seus conhecimentos, habilidades e necessidades para que sejam encaminhadas ao espaço que desejam. Se a abordagem não for efetiva, a tendência é que tenhamos cada vez mais pessoas nessa situação”.
O presidente da Associação de moradores de Mário Cypreste, Cláudio Barcellos, disse que o número de moradores de rua vem aumentando na região e que sente falta de uma abordagem mais efetiva da prefeitura.
“Depois da obra do Portal do Príncipe, muitas pessoas que ficavam embaixo da ponte vieram para o Sambão. A abordagem passa todo dia, mas nada muda. É preciso levar essas pessoas para abrigos ou saber se querem voltar para suas cidades de origem. Ali estão muito expostas”, afirmou Cláudio Barcellos.
Atendimento
A secretaria Municipal de Assistência Social de Vitória (Semas) informou, em nota, que as pessoas no Sambão do Povo são migrantes que buscam oportunidades na capital e que a abordagem é feita em conjunto com as equipes do Consultório de Rua.
Disse ainda que há 320 pessoas em situação rua na capital e o atendimento a elas é diário.

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