“Qualquer pessoa pode ser o velho da lancha”, diz humorista Isadora Nogueira
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“Qualquer pessoa pode ser o velho da lancha.” É o que afirma ao AT2 a humorista Isadora Nogueira, ao comentar a polêmica surgida após um passeio de lancha no ano passado, com a família.
As cenas foram publicadas nas redes da também influenciadora e receberam vários comentários. Um deles tirou a morena do sério: “Mostra o idoso que tá pagando”, provocou o homem.

E Isadora, 23, rebateu: “Não tenho culpa se alguns homens são tão fracassados a ponto de acharem que as mulheres não conseguem conquistar o próprio império delas. Mas sinto te dizer, meu bem, que o velho rico da lancha sou eu”. Na verdade, a lancha era alugada, contou ela ao AT2.
O vídeo da jovem, que no mês passado participou do programa “A Culpa é da Carlota”, viralizou e chegou a ser mencionado por celebridades, como Luísa Sonza, que criticou as postagens machistas.
A humorista acredita que a razão desses comentários são culturais. “Uma mulher curtindo numa lancha incomoda tanto porque há uma coisa muito cultural de que o homem é superior, de que o homem é quem banca e paga. Na mentalidade de muitos homens, isso ainda prevalece”.
Isadora, criadora do personagem “Bundão”, continua: “Quando o homem vê uma mulher independente, que tem acesso a algo, sem precisar dele, se sente um pouco incomodado e inferior”.
A polêmica rendeu até um piseiro composto pelo cantor Filipe Dominado, “O Velho da Lancha / O Patrocinador” (“Ela sai de lancha, mas não mostra o patrocinador, ôôô, foi o véi que pagou/ Ele ganha roupa, mas não mostra o patrocinador, ôôô, amigo gay bancou”).
Mas Isadora não curtiu: “Fiquei decepcionada por ter um sentido diferente. A intenção do meu vídeo foi fazer com que as mulheres sentissem que elas podem mudar o significado do velho da lancha. O velho da lancha pode ser o patrocinador, que pode ser mulher”, explicou a humorista.
“Raramente me arrependo de alguma coisa que eu faço”
AT2 Você viralizou em setembro com a história do “Velho da Lancha”. Qual sua visão hoje sobre o que aconteceu?
Isadora Nogueira Raramente me arrependo de alguma coisa que eu faço. Mesmo depois de todo tempo, a minha visão é a mesma. Eu faria exatamente a mesma coisa e responderia exatamente no mesmo tom. Porque foi muito natural, sabe? Isso é da minha personalidade. Eu peguei o celular e disse o que estava na minha cabeça.
O que mudou na sua relação com os seguidores e as pessoas que comentam suas postagens?
A galera ficou mais próxima. Em relação aos comentários machistas, nunca mais recebi nada.
Como foi que a arte entrou na sua vida? Sempre foi uma menina criativa e engraçada?
A arte sempre esteve na minha vida. Desde criança, transformava tudo em arte. Não é algo que adquiri com o tempo, nasceu comigo.
Onde está o seu humor?
O meu humor está em qualquer lugar. Tudo o que vejo é uma oportunidade de fazer graça. O que eu mais gosto de fazer graça é com coisas do dia a dia, situações femininas e que acontecem com todo mundo.
Quando caiu a ficha de que tinha ficado famosa?
Foi quando vim para São Paulo pela primeira vez. Pensei: “Como assim? Estou num lugar que tem 11 milhões de pessoas e várias pessoas pararam para falar comigo, me abraçar e tirar foto”.
Tem relação próxima com os fãs. Precisa se policiar ou é espontânea?
É super espontâneo. Confesso que, às vezes, preciso até me policiar, porque me envolvo demais com eles. E, às vezes, acabo lendo coisa que não gosto muito, coisas que me fazem mal. Mas sempre tento interagir, porque são as pessoas que me trouxeram onde estou hoje.
Costuma estimular empoderamento feminino. Como encara a responsabilidade?
É uma responsabilidade e tanto. Fico muito feliz de saber que sou motivação e inspiração delas. E fico muito feliz de levar o riso e conhecimento e mostrar que elas são capazes e poderosas. Eu me sinto poderosa dando poder às mulheres!
O QUE ELA DIZ
Vida no interior
Morando há dois meses em São Paulo, a humorista e influenciadora Isadora Nogueira lembra a vida no interior do Rio de Janeiro, mais especificamente na Região dos Lagos.
“A minha vida inteira foi no interior. Morei em Iguaba Grande, depois me mudei para Araruama, no Rio. Lá, parece que o dia passa mais devagar. E, como sou muito pilhada e hiperativa, isso estava me incomodando. A minha vida inteira morei lá e eu falava que precisava mudar para um lugar que tinha movimento, trabalho e agitação”, conta ela sobre o que motivou a mudança para São Paulo
Com 5 casacos na rua
“Já estou adaptada a São Paulo. Parece que nasci aqui! Mas acredito que uma situação muito engraçada de adaptação foi na primeira semana, em relação à temperatura. Na Região dos Lagos, é muito calor, nunca está frio. Frio, para a gente lá, são 20 graus. Aqui em São Paulo, faz 10 graus, 19 graus. Teve um dia que fui passear com meu cachorro na rua e coloquei umas cinco roupas para conseguir sair. Porque, como eu tinha mudado, meu guarda-roupa era completamente diferente. Eu não tinha roupa. Estava tremendo de frio e tive até de dor de ouvido. Então, uma situação engraçada foi essa: eu, na rua de São Paulo, com cinco casacos”.
Novos projetos
“Sou uma caixinha de surpresas e meu futuro é uma surpresa maior ainda. Eu tenho vontade de continuar na internet, de estar na televisão... Na verdade, a meta é estar em todos os lugares possíveis. O tipo de programa que eu me vejo fazendo é um talk show, com entrevista, música, brincadeiras. É um programa diferente. Alguma coisa que não existe ainda e que vá surpreender as pessoas”.
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