“Sempre gostei de viver vidas que não são minhas”, diz atriz Aline Jones
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Uma prostituta de luxo em um seriado reconhecido internacionalmente, uma policial em breve na telinha. Viver mulheres diferentes, mostrar-se diversa e ser melhor é o grande barato da profissão de atriz para a gaúcha Aline Jones.
“Sempre gostei de ser pessoas e viver vidas que não são minhas. Isso me trouxe tanta empatia pelo ser humano e suas dores. Atuar me faz uma humana melhor”, reflete ela, que ainda recorre às belas palavras de um conterrâneo para explicar melhor.
“Tem uma poesia do Mario Quintana que eu declamo desde pequena: 'No retrato que me faço – traço a traço – às vezes me pinto nuvem, às vezes me pinto árvore... às vezes me pinto coisas que não existem, mas que um dia existirão...', cita.
Na conversa com o AT2, a atriz, que foi uma das protagonistas da série “O Negócio”, também falou sobre pandemia e aprendizados.
AT2 - Você já tinha participado de algum trabalho em que precisasse avaliar a performance de alguém? Como foi essa experiência agora?
Aline Jones - Nunca tinha participado de um reality. Já trabalhei como diretora e precisei avaliar as improvisações dos atores, mas essa experiência é muito diferente, porque, no final das contas, não há muito tempo para avaliação. Em geral, nosso papel é dizer sim ou não.
E você? Como lida com as críticas que recebe do seu trabalho?
Eu aceito bem a crítica quando eu vejo que a pessoa quer o meu bem. Não fico batendo palma pra crítico que ganha status por ser do contra. Sou adepta da crítica que “dá o tapa e depois assopra”.
Em janeiro, você estreia a série “Banalidade do Mal”. Como será sua personagem na história?
A Renata é uma jovem buscando espaço e reconhecimento dentro do Departamento de Homicídios da Polícia Civil. Ela observa as atitudes do Daniel (Jiddu Pinheiro) e do Postiga (Vinicius Ferreira), analisando o tipo de conduta que cada um assume para resolver os crimes.
O que mais a atraiu sobre o enredo da série?
“Banalidade do Mal” é um conceito da filósofa Hanna Arendt, que é muito interessante. A série busca falar sobre esse “mal banal”, que a gente é cúmplice. Porque nos convém mais obedecer a ordens do que tentar mudar o sistema.
Como foi seu trabalho para viver uma policial?
Por casualidade, eu conhecia o Leonel Radde, que hoje é da Polícia Civil, mas trabalhou muitos anos como ator. Nós fomos até a DP em que ele trabalha e lá conversei com algumas policiais. Aprendi a manusear armas e fiquei impressionada que a ideia de mulher masculinizada é um estereótipo do imaginário coletivo. Até hoje, eu sigo a hashtag #mulheresnacivil!
A série “O Negócio”, da HBO, passou em muitos países. De alguma forma isso abriu portas para uma carreira internacional?
Com certeza, depois da série, acabei fazendo um filme argentino e meu panorama de mercado de trabalho ficou mais expandido. Inclusive, estou estudando os diferentes acentos de espanhol para, cada vez mais, estar trocando com artistas latino-americanos.
Como está encarando essa fase de flexibilização da quarentena?
Eu estava em quarentena em uma fazenda no Sul quando me chamaram para o reality. Confesso que fiquei apreensiva.
Depois, eu entendi que a flexibilização só pode existir se todo mundo estiver consciente da sua responsabilidade.
O QUE ELA DIZ
Nova série
“A Renata é uma jovem buscando espaço e reconhecimento dentro do Departamento de Homicídios da Polícia Civil. Ela observa as atitudes do Daniel (Jiddu Pinheiro) e do Postiga (Vinicius Ferreira), analisando o tipo de conduta que cada um assume para resolver os crimes”, conta ela sobre a sua personagem na série “Banalidade do Mal”, que estreia em janeiro.
Policial
“Por casualidade, eu conhecia o Leonel Radde, que hoje é da Polícia Civil, mas trabalhou muitos anos como ator. Nós fomos até a DP em que ele trabalha e lá conversei com algumas policiais. Aprendi a manusear armas e fiquei impressionada que a ideia de mulher masculinizada é um estereótipo do imaginário coletivo , comentou a atriz de 29 anos sobre a preparação para viver uma policial.
Elis
“Eu venho da terra da Elis Regina, uma intérprete incrível que sabia cantar uma história. Por isso, o critério mais importante pra mim é a interpretação da música, a capacidade do candidato de se conectar com as palavras que está dizendo”, diz sobre ser jurada de reality musical.
Garota de programa
Aline ficou conhecida ao protagonizar as duas últimas temporadas da série “O Negócio”, na HBO, como a garota de programa Mia. A produção foi lançada em mais de 50 países. Em 2019, a atriz esteve no filme argentino “Blindado”. Na TV, Aline, que atuou em “Insensato Coração” (2011), pode ser vista na 2ª temporada da série “Partiu?!”, no CineBrasil TV e no Now.
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