Emplacamento de veículos fica mais caro no Estado
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Apesar do aumento no valor do emplacamento de veículos no Estado, 33 empresas que fazem o serviço continuam operando normalmente. Outras 22 paralisaram as atividades em protesto contra os novos valores.
O aumento é referente às placas do modelo Mercosul, que passaram a ser obrigatórias, em janeiro deste ano, para novos emplacamentos e para veículos novos.
Na última segunda (16), passou a vigorar uma medida do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES) que estabelece um teto para o valor das placas: R$ 175,42.
De acordo com a Associação de Revendedores de Veículos do Estado (Arives), as duas empresas que fornecem a matéria-prima para a confecção das placas passaram a cobrar das estampadoras justamente o valor máximo.
A reportagem entrou em contato com estampadoras de placa da Grande Vitória que continuam operando, e elas e confirmaram o aumento para R$ 175.
As empresas afirmam, no entanto, que o valor anterior do serviço variava entre R$ 110 e R$ 160. Já a Arives diz que o valor anterior chegava a R$ 75 em algumas estampadoras.
Das 22 estampadoras que suspenderam o serviço, 19 são filiais de uma só empresa, a Displak. A proprietária, Marlete Sandrini, afirma que o valor nas lojas da Displak tinha média de R$ 120.
“Não vamos assinar com essas empresas (que fornecem matéria-prima para a fabricação da placa), pois elas cobram um valor abusivo. Elas determinam que só podemos vender no valor de R$ 170, que é o máximo. Precisamos ter um preço livre”, afirmou.
Já a Associação das Empresas de Fabricação de Placas Automotivas do Estado (Asfaplac-ES) afirma que o aumento alegado pelas 22 estampadoras “não condiz com a realidade”.
Segundo a associação, “há muitas notas fiscais, emitidas em épocas distintas, que comprovam que o preço médio do par de placas comercializado ao consumidor final era de R$ 220”. Das 10 empresas consultadas pela reportagem, apenas uma confirmou esse valor.
“A associação reitera que não há razão para o descontentamento relativo ao preço máximo, que está, inclusive, abaixo do preço comercializado no mercado antes da mudança”, ressaltou a Asfaplac.
Novo sistema para evitar fraudes

A medida que estabeleceu um valor máximo que pode ser cobrado pelas placas também criou uma série de mecanismos para melhorar o sistema e evitar fraudes. Quem garante é o diretor-geral do Detran-ES, Givaldo Vieira.
Desde a última segunda, as empresas que estampam as placas devem encaminhar ao órgão elementos como nota fiscal, localização de onde a placa foi instalada e o reconhecimento facial de quem instalou e do proprietário do veículo.
“Com isso, a placa é rastreada desde o fabricante, dando mais segurança. Antes, tínhamos problemas de placas com mesmo número e fraudes”, afirmou Givaldo.
Sobre o protesto das estampadoras, Givaldo disse que o grupo é pequeno, sendo articulado por alguns despachantes e revendedores, além da empresa Displak, na tentativa de “manter sua posição do mercado”.
“Ela combinava com lojas de carros e alguns despachantes uma comercialização de placas, o que é proibido. Se encontrarmos a comprovação, serão penalizados. A medida é para evitar que tenha intermediários ganhando”, disse.
A Displak nega irregularidade. A empresa afirma que vende placa somente para lojista que tem carro em seu nome, o que é legal. Disse, ainda, que é a favor do novo sistema do Detran-ES, que é mais seguro.
A empresa informou também que é a favor de mais empresas credenciadas para fornecer a matéria-prima – atualmente são duas. Já o Detran-ES afirmou que outras empresas estão passando por testes para validação.
Saiba mais
Por que aumentou?
Medida
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Na última segunda, passou a vigorar uma medida do Detran-ES que estabelece uma série de mudanças de regras para as empresas que estampam placas de veículos no Estado.
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Entre as medidas previstas, está um teto para os valores do par de placas: R$ 175,42.
Aumento
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As empresas que fornecem a matéria-prima para as estampadoras de placas no Estado passaram a cobrar o valor máximo.
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Como o valor anterior não era tabelado, os diversos segmentos envolvidos divergem sobre quanto era cobrado ao proprietário de carro.
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A Associação de Revendedores de Veículos do Estado (Arives) diz que a média era de R$ 75.
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As empresas estampadoras dizem que a média era de R$ 140.
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Já a Associação das Empresas de Fabricação de Placas Automotivas (Asfaplac-ES) afirma que o valor já chegou a R$ 220.
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O Detran-ES somente nega que havia comercialização no valor de R$ 75.
Medida
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Das 55 estampadoras de placa, 22 paralisaram o serviço em protesto contra os novos valores, mas 19 fazem parte de uma mesma empresa.
Taxas para emplacar
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A Conversão de placa antiga para a do Mercosul prevê taxa de R$ 35,08 ao Detran-ES, além da compra da placa na estampadora, por R$ 175.
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Já o primeiro emplacamento tem taxa de R$ 322,77 para o Detran-ES, além do valor da placa na empresa (R$ 175), num total de R$ 497,77.
Fonte: Instituições citadas.
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