Moradores com medo após tiroteio que deixou dois mortos e um ferido em Vila Velha
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Moradores do bairro Santa Rita, em Vila Velha, estão com medo após o tiroteio do último sábado (12), que deixou dois mortos e um ferido.
Jonas Custódio Bento, de 19 anos, e Gilmar Santos Dias, de 17, estavam na varanda de uma casa, junto com um rapaz de 18 anos e um adolescente de 14, quando foram surpreendidos pelos atiradores.
Segundo testemunhas, dois suspeitos armados pularam pela laje já atirando. O adolescente conseguiu correr, mas os outros foram atingidos. O de 18 anos levou um tiro em cada braço e conseguiu escapar. Jonas e Gilmar morreram no local.
Desde o dia do duplo homicídio, moradores dizem que não têm tido paz. No domingo (13), durante a tarde, mais criminosos passaram atirando pela rua e ameaçando quem vive ali. A ordem é uma só: eles não querem que ninguém saia de casa.
A denúncia foi feita por uma familiar dos jovens de 19 e 17 anos que foram assassinados no sábado.
Os bandidos seriam da gangue do "Bené", que comanda o tráfico local. "Eles são muito perigosos. Entram nas casas, ameaçam e atiram em qualquer um, seja criança ou idoso. Eles não estão nem aí, só querem matar", desabafou a vendedora, de 33 anos, que não será identificada.
Além dos disparos pela rua em plena luz do dia, os bandidos estão dando ordem de toque de recolher. "Eles não querem ninguém na rua. São covardes, simplesmente colocam a arma na cabeça dos moradores", alegou a vendedora.
Por não poder circular pela rua, segundo ela, Gilmar tinha até parado de trabalhar. "Antes ele trabalhava de entregador, com bicicleta. Mas teve que parar, porque os meninos não queriam ninguém na rua", revelou.
Milícia
Além dos disparos pela rua, os criminosos também atuam como uma espécie de "milícia" na região de Primeiro de Maio e Santa Rita, como já foi denunciado pelo jornal A Tribuna em janeiro deste ano. Os traficantes cobram por internet, gás e água, e só deixam que os serviços autorizados por eles entrem nos bairros.
"Eles cortam os fios de internet e falam que só pode usar a deles. Gás, água, tudo eles querem cobrar. Não dá para morar lá, mas muita gente não tem condição para sair. E aí, quem vai fazer algo por esse povo?", indagou a vendedora.
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