Um caso de amor por Vitória
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Em 10 anos, Vitória ganhou mais de 40 mil moradores. Gente que veio atrás de um amor, empreender, estudar ou acompanhar a família. O destino pode até ter se encarregado dessa migração, mas o amor pela cidade é o que os faz ficar.
No aniversário da cidade, que hoje comemora 469 anos, A Tribuna relata histórias de quem encontrou na capital uma nova moradia e palco para construir seus sonhos.
É o caso do casal de empreendedores Murilo Carlos Ferreira, de 26 anos, e Jessiane Mayra Almeida, 25. Ele é de Joviânia, a 2h30 de Goiânia (GO), e há sete anos conheceu Jessiane, com quem, hoje, é casado. Ela era moradora de Pedro Canário, no Norte do Estado.
“Todo ano, eu vinha passar férias em Vitória. Gostava das praias, ia em Camburi. À noite, ia à Praça dos Namorados, na Praia do Canto, onde tem a feirinha de comidas e artesanatos no domingo. Sempre passava 30 dias aqui, e a cada vez que vinha, ia tomando mais gosto. Eu digo que o coração foi enchendo de vontade”, conta Murilo.
Em novembro do ano passado, fez as malas e se mudou. Hoje, mora em Maruípe com a mulher, que está grávida de oito meses. Ele começou a empreender digitalmente com uma marca de roupas, mas aguarda a pandemia passar para abrir uma loja física na cidade.
“Morando aqui, eu confirmei tudo que já achava: Vitória é linda. É só olhar para a Ilha do Frade! O Centro, apesar de antigo, tem construções muito bonitas. Os acessos são o que me agradam mais: é fácil se deslocar e ir para as montanhas ou pegar a Terceira Ponte e viajar. Lá na minha cidade, precisava andar muito, até a capital, para conseguir um médico bom. Aqui, não”, compara.
Jessiane tem sentimento parecido. “O clima em Goiás é muito diferente. Aqui é mais ameno. Para crianças, como a minha menininha que vai nascer, é outra vida! Já estou me programado para ir à praia quando ela nascer, fazer um piquenique na Pedra da Cebola. Além do mais, tudo o que a gente quer, tem por perto”, destacou.
IMPACTO
Essa vontade de morar na capital, evidenciada pelas diferentes histórias que a reportagem conta, é perceptível nos números oficiais da última estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): entre 2019 e 2020, Vitória ganhou 3.758 novos moradores, totalizando os atuais 365.855 habitantes.
Cantora veio de Salvador

A cantora Flávia Mendonça, 43, nasceu em Salvador (BA), mas se mudou para Vitória aos 5 anos por conta da profissão do pai, que era arquiteto. Entre idas e vindas da Bahia por questões profissionais, o trabalho acabou fazendo com que ela escolhesse a capital como sua moradia desde 2004, onde se baseia para tocar a carreira.
“Hoje, moro em Jardim da Penha com meus dois filhos. Meus destaques da capital, agora com os pequenos, são os parques da Vale e da Pedra da Cebola, que são incríveis e perfeitos para as crianças”.
Qualidade de vida

A empresária Gabriele Chalupp, 24, deixou Teixeira de Freitas (BA) há quatro anos. Hoje, é moradora de Camburi, onde encontrou cenário para empreender com um salão de beleza. “Eu prefiro morar aqui porque é uma cidade que, além de linda, faz com que não precisemos de muito pra ter uma boa qualidade de vida. Sinto como se estivesse sempre viajando, já que tem ótimos pontos turísticos. Amo almoçar na Curva da Jurema”.
SAIBA MAIS
> 365.855 ----- é a população estimada de Vitória em 2020, segundo o IBGE
> 41,9 mil ----- novos moradores chegaram no período de 10 anos
> 79 bairros ----- estão distribuídos pela ilha e região continental
> Vitória é uma das três capitais do País cujo centro administrativo e a maior parte do município estão localizados em uma ilha, no caso, a Ilha de Vitória. As outras ilhas-capitais são Florianópolis, em Santa Catarina, e São Luís, no Maranhão.
> A cidade tem vários apelidos: “Ilha do Mel”, “Cidade Sol”, “Capital da beleza”, “Cidade Ilha” e “Vix” (por conta do aeroporto).
> Ano passado, dados do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) apontaram que a cidade de Vitória apresentava o melhor ambiente de negócios e para se investir no Espírito Santo.
> A capital também já foi a cidade mais bem avaliada no ranking da consultoria Urban Systems, que apontou os 100 melhores municípios com mais de 100 mil habitantes para investir, empreender e negociar.
> Entre as capitais brasileiras, Vitória possui o segundo melhor índice de desenvolvimento humano (depois de Florianópolis), de acordo com pesquisas da Fundação Getúlio Vargas. Também já foi considerada a quarta melhor cidade para se viver no Brasil pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Vida nova para mãe e filho venezuelanos
Mãe e filho, Brayan e Sonia Oliveros deixaram Maturín, a 420 km de Caracas, na Venezuela, para morar em Vitória. Ele, para viver uma história de amor. Ela, se afastando da crise humanitária eclodida com o regime de Nicolas Maduro. Em comum, se apaixonaram pela cidade.

O filho veio primeiro. Estudante de Medicina, hoje com 29 anos, ele chegou ao Estado em 2012. Tudo começou com uma história de amor.
“Conheci uma capixaba quando fui ao Rock in Rio. Começamos a namorar a distância, até que ela me propôs mudar para Vitória. Larguei tudo e fui morar na Mata da Praia”, conta.
O relacionamento terminou depois de um ano e meio, mas o amor de Brayan por Vitória ficou. Para ele, a capital capixaba “é um presente de vida”.
“Você pode acordar cedo, ir à praia, depois passear na Pedra da Cebola. Se você sabe administrar bem seu dinheiro, consegue morar num lugar bom, como eu, que moro em Jardim da Penha, e tenho unidade de saúde, farmácia, universidade, supermercado, tudo por perto”, diz.
Licenciada em Gerência de Recursos Humanos, a mãe de Brayan, Sonia Oliveros, 74, não demorou a vir para o Estado depois do filho.
Antes, tinha vindo passear, em 2002. Em 2013, se mudou de vez. Saiu da Venezuela por conta da crise política. Passou pelos Estados Unidos, mas foi no Brasil que encontrou o lugar para viver a terceira idade e ficar mais perto do filho.
“Já estava tudo muito mal”, lembra ela, que ainda se comunica em espanhol, sobre a crise na Venezuela. “Eu gosto muito daqui de Vitória por causa da qualidade de vida. O acesso ao serviço básico de saúde é incrível. E as pessoas são simpáticas, como na Venezuela”, diz Sonia, que mora com o filho em Jardim da Penha.
Em Vitória, mudou seus planos: passou a estudar Psicologia na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Estrutura
Brayan conta que foi no Brasil, sobretudo na capital capixaba, que a mãe encontrou um espaço de segurança e boa estrutura de saúde.
“Os postos de saúde daqui funcionam, e há um programa pensando na terceira idade, fora o acolhimento. Então, para minha mãe, morar em Vitória foi a melhor escolha”, comentou.
“De portas abertas para o mundo”

“Todas as pessoas que moram, trabalham e visitam Vitória se apaixonam. Vitória é, de fato, uma 'Vitoríssima'. É uma das cidades mais lindas do mundo para se morar. E nós recebemos todos que chegam a nossa cidade com muito carinho, de braços abertos, para que se juntem a nossa comunidade. Fico muito feliz de saber que as pessoas aprovam o trabalho da prefeitura e gostam da cidade, que tem vocação para inovação, tecnologia, turismo, serviços e alta qualidade de vida. E está de portas abertas para o mundo.”
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