Navio que está há 6 anos parado no Porto de Vitória vai virar sucata
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A 7ª Vara do Trabalho de Vitória homologou, no último dia 19, o leilão do navio Iron Trader, que estava atracado desde 2015 no Porto de Vitória. A embarcação, que deve virar sucata, foi vendida para a Sudeste Soluções Ambientais Eireli, uma empresa da Serra, por R$ 400 mil. O valor arrecadado será utilizado para quitar dívidas trabalhistas de nove integrantes da tripulação.
A decisão do juiz trabalhista Marcelo Tolomei Teixeira já está em vigor, mas a embarcação ainda não tem prazo para deixar o local. O Iron Trader, de propriedade da Iron Group Inc. Turquia, está atracado no berço 902 do Terminal de Granel Líquido (TGL), em São Torquato, Vila Velha, sob responsabilidade da Codesa.
Fabricado em 1981, o Iron Trader tem 78,7 metros de comprimento e chegou ao Estado em janeiro de 2015, no Cais de Capuaba, vindo da costa leste da África, transportando uma carga de equipamentos e materiais industriais elétricos (239.430 toneladas ao todo) destinadas ao Estado de Pernambuco. Por "questões humanitárias", o navio foi autorizado a atracar no porto de Vitória.
Após a chegada, as autoridades marítima, portuária, aduaneira e Polícia Federal descobriram que a tripulação de nove pessoas estava desassistida de água potável, assistência médica, alimentação e recebimento de salários. Já o navio estava sem receber óleo combustível.
Com a tripulação assistida, a Justiça do Trabalho nomeou, em maio de 2015, a Codesa como fiel depositária da embarcação, sendo responsável por sua guarda até que as dívidas trabalhistas e as tarifas portuárias fossem quitadas.
O futuro
Com a venda em leilão, a Codesa deixa de ser a fiel depositária do navio, ficando sob responsabilidade da empresa compradora. A retirada da embarcação do porto, no entanto, ainda não tem previsão, uma vez que há procedimentos que precisam ser realizados junto a Capitania dos Portos.
Para o presidente da Codesa, Julio Castiglioni, a homologação do leilão encerra um caso que estava pendente há quase seis anos. "A Companhia deixa de ser responsável pela embarcação. Nossa equipe teve, durante esse período, trabalho árduo e técnico para resguardar os interesses da estatal enquanto fiel depositária. Ficamos felizes com o resultado, que contemplou a todos, sobretudo à tripulação do Iron Trader”, disse.
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