"Meu mundo desmoronou", diz mãe de universitária que morreu em lancha
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Ainda sem acreditar que não verá mais a filha e chorando a todo momento, a mãe da universitária Bruna França Zocca, 25, morta em um acidente de lancha, no último sábado, conversou com exclusividade com a reportagem de A Tribuna e disse que, mesmo com muita dor no coração, ela vem buscando entender a vontade de Deus na vida da família.
“Tudo tem um propósito. Se Deus não quisesse que minha filha partisse, ele não a teria colocado na frente da lancha. Ele a me deu para amar por 25 anos e agora a recolheu”, disse a professora aposentada e mãe da jovem, Ângela França Zooca, 53 anos.
Como era sua filha?
Ela era uma menina maravilhosa. Uma filha preciosa. Ela sempre falava que me amava, era carinhosa comigo e com todos. Caprichosa com as coisas dela. Era a coisa mais preciosa que eu e o pai (Jacimar Zocca) dela tínhamos nessa vida.
Ela morava em Vitória há quanto tempo?
Ela foi Vitória para estudar e trabalhar porque a colega dela conseguiu um trabalho para ela, há uns quatro anos.
Ela fazia faculdade de Fisioterapia?
Isso, fisioterapia. Ela queria fazer fisioterapia na área infantil porque gostava muito de crianças. Ela estava no final do curso. Começou fazendo em Colatina, no Norte do Estado, e depois transferiu o curso para Vitória.
Ela também trabalhava?
Quando ela chegou em Vitória, ela foi trabalhar em uma casa de adubos na Serra. Aí ela morou um tempo na casa da minha irmã e, depois, foi morar com as colegas de trabalho dela. Depois de muito tempo que ela foi conseguir um estágio na área dela.
Ela veio no domingo retrasado aqui. Ela passou um final de semana aqui com ele (Silvino). Nós ficamos em casa, por causa da Covid-19. Fiz as comidas que ela gostava de comer.
O que ela gostava de comer?
Ela gostava de comer comer churrasco de picanha. Toda vez que ela vinha para cá, eu fazia para ela.
A senhora chegou a questionar as pessoas que estavam na lancha sobre o acidente?
Eu ainda não tive tempo de perguntar para as pessoas que estavam na lancha o que aconteceu. O que eu sei sobre o acidente foi por meio da mídia.
Acha que foi uma tragédia?
Ele (Silvino) tinha autorização para pilotar. Acho que foi uma tragédia, porque se Deus não quisesse levar minha filha, que foi um presente maravilhoso, ela não estaria ali na frente. Deus não me revelou nada, mas eu aceito esse peso. Porque se ela não tivesse de ir, ela não teria ficado ali na frente.
Qual foi a última palavra que vocês trocaram uma com a outra?
Eu te amo. Ela vivia me dizendo isso. Falei também que estava com muita saudade dela, Graças a Deus eu tive tempo de falar isso com ela. Ela também falava que estava com muita saudade.
Eu falava com ela por telefone todos os dias e, no dia do acidente, ela me mandou fotos do passeio antes. Deus me deu a Bruna por 25 anos, mas a levou no tempo dele.
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