Especialistas apontam os maiores medos das crianças e como ajudá-las
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Desde bebês já carregamos conosco muitos medos. Ao longo dos anos, a gente passa a ter medo de escuro, de monstros, de ficarmos sozinhos e até mesmo da morte.

Embora sejam inevitáveis, há maneiras de lidar com eles e ajudar as crianças a enfrentá-los de maneira mais leve e sem traumas.
De acordo com a psicóloga e psicanalista Bianca Martins, o medo é um sentimento que nos mantém vivos a longo prazo.
“O bebê tem medo de não ter quem cuide dele, por isso chora quando precisa de ajuda. Mas é destemido para outras situações que não conhece. Ao longo dos anos, os pais vão ensinando e as crianças passam a ter medo de altura e da onda do mar, por exemplo. Assim vão conhecendo os seus limites”, disse ela, destacando que os pais podem ajudar as crianças a enfrentarem o medo através do diálogo e do respeito.
Já a psicóloga Patrícia Dummer afirmou que o medo é uma reação normal. Toda criança sente medo, porém cada uma reage de forma diferente. “Alguns medos infantis são comuns e até mesmo esperados em determinada faixa etária. Por exemplo, medo de escuro e de ficar sozinho pode aparecer por volta dos três anos”.
E continuou: “O importante é sempre acolher os sentimentos da criança. Quando ela diz que tem medo de algo, não devemos forçá-la a ter contato, mas tentar mostrar que o que lhe causa temor não representa perigo”.
A psicóloga cognitiva comportamental Aline Hessel salientou que o medo tem seu lado positivo, mas, quando em exagero, pode restringir ou impedir nossa autonomia.
SAIBA MAIS
Até 6 meses
- Medo de barulhos muito altos.
Como ajudar
Evitar que a criança fique exposta a sons altos e até mesmo a um ambiente em que muitas pessoas estejam conversando.
De 7 a 11 meses
- Medo de pessoas estranhas e de altura.
Como ajudar
- Mostrar para a criança que, se a pessoa for conhecida, que ela não representa perigo, mas não forçar aproximação.
De 1 a 3 anos
- Medo de que os pais desapareçam.
- Medo de médico, trovões, objetos muito grandes e criaturas imaginárias.
- Medo de escuro e de dormir sozinho.
- Medo de monstros, do lobo mau, medo de criaturas fantasmagóricas ou mascaradas, de ruídos ou animais noturnos.
Como ajudar
- Dizer que os pais sempre estarão ao lado das crianças, que médico só vai ajudar e que o lobo mau não existe. Colocar luminárias de luz baixa e temas infantis no quarto pode ajudar.
De 4 a 7 anos
- Medo de palhaços e outras pessoas fantasiadas, escuro, insetos, monstros e de ficar sozinho.
- Medos mais concretos, como de ladrões, de cachorro, de perder os pais ou de se machucar.
- Medo dos pais se divorciarem, de ser esquecido na escola, de personagens assustadores ou de se perder.
Como ajudar
- Diferenciar o que é bom do que é ruim. Há coisas que realmente dão medo e isso mantém as crianças longe do perigo.
A partir de 8 anos
- Medo da própria morte e da perda/morte dos pais. Além do medo da rejeição social.
- Podem, ainda, ocorrer medos que estejam relacionados a experiências traumáticas vividas pela criança. Por exemplo, ao ser mordida por um cão, a criança pode passar a ter medo deste animal.
- Esse medo envolve um manejo específico, pois está ligado a uma situação de realidade e não a questões fantasiosas.
Como ajudar
- O diálogo é fundamental. Os pais ou responsáveis devem conversar com as crianças sobre os seus medos e sempre respeitá-los.
- Jamais debochar e usar o medo da criança como chantagem e “moeda de troca”.
- Explicar sobre o que é a morte de maneira leve e natural.
Fontes: Especialistas citadas e pesquisa AT.
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