Capixabas respeitam menos o isolamento social
Escute essa reportagem
O isolamento social no Espírito Santo é menor do que o praticado em estados que já enfrentam colapso no sistema de saúde, sepultamentos em massa ou explosão de casos, como Amazonas, Ceará e Rio de Janeiro.
No último fim de semana, menos da metade dos capixabas ficou em casa: 49,2%. Foi o primeiro sábado depois que o governador Renato Casagrande permitiu a reabertura do comércio em 72 cidades.
Autoridades sanitárias defendem o isolamento como a melhor forma frear a onda de contaminação pelo novo coronavírus. O Espírito Santo tem 1.944 casos confirmados da Covid-19, 63 mortes e 64,55% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ocupados.
Para efeito de comparação, o Amazonas teve 55,8% de isolamento. Na capital Manaus, caso a média de 130 mortes por dia provocadas pelo coronavírus se mantenha, a cidade poderá ser obrigada a sepultar as vítimas em sacos plásticos nas próximas semanas. A avaliação é da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif).
O Ceará também tem isolamento social maior que o do Espírito Santo: 55%. A taxa de ocupação de leitos de UTIs para tratamento de pacientes com coronavírus, na rede pública, é de 98% em Fortaleza e de 77% no estado do Ceará.
O Rio de Janeiro também passou o índice capixaba, com 52,8% de isolamento. Com a rede estadual de saúde saturada, o Rio já tem 285 infectados pelo coronavírus aguardando vagas em UTIs.
Os dados sobre isolamento social no Espírito Santo já foram mais altos: em 22 de março, quando os capixabas estavam entrando no terceiro dia de isolamento, 73% dos moradores estavam obedecendo às determinações do governo do Estado e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esse levantamento foi feito com base em dados fornecidos pelas operadoras de celular Oi, Vivo, Tim e Claro.
A tecnologia rastreia o aparelho do usuário e determina que ele não está cumprindo a quarentena se o telefone estiver a mais de 200 metros de casa. O sistema não identifica as pessoas, garantindo privacidade e anonimato.
Comentários