Espírito Santo está com 64% dos leitos de UTI ocupados
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A pandemia da Covid-19 no Espírito Santo produz uma equação de alerta: já são 63 pessoas que perderam suas vidas, ao passo que metade dos leitos do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, já estão ocupados atualmente — 51,18%.
Levando em consideração apenas os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI ), onde ficam os casos graves, a ocupação é maior: 64,55%.
Nesta segunda-feira (27), foram sete mortes: a de um homem, de 54 anos, da Serra; um homem de 43 anos, também da Serra; um homem de 49 anos de Vila Velha; uma mulher de 84 anos, da Serra; outra mulher, de 72 anos, moradora de Cariacica; e uma moradora de Serra, de 88 anos. Uma idosa, moradora de um asilo de Vitória, também morreu: ela tinha 89 anos.
Enquanto a curva de óbitos cresce, o governo do Estado busca ampliar a oferta de leitos de UTI e se distanciar de um possível colapso diante da pandemia. Por isso, vai reservar 452 leitos — entre urgência e enfermaria — na rede particular, até o dia 30 deste mês, para contaminados.

Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, esses leitos fazem parte do montante de 813 que o governador Renato Casagrande garantiu que o Estado terá disponível para pacientes que dependam do SUS.
Não foi detalhado, no entanto, em quais hospitais particulares estão esses leitos. O que se sabe é que alguns já possuem contrato com o governo. A reserva funcionará mediante ocupação: os leitos ficam bloqueados para usuários do SUS, mas o governo só paga os que forem usados, e durante o tempo utilizado.
Essa ampliação da oferta de leitos é uma das justificativas apresentadas por Casagrande para reabrir o comércio da Grande Vitória a partir da próxima segunda-feira. O problema é: o Estado enfrenta gargalo para comprar respiradores.
Questionado, Reblin garantiu que há uma compra chegando nos próximos dias, mas não revelou quantos respiradores são. E ponderou que nem todos o leitos destinados para a Covid-19 necessitam desses equipamentos. “Cerca de 30% dos contaminados precisam de cuidados intensivos, mas nem todos eles de um respirador”, minimizou.
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