"Visitas" por vídeo emocionam pacientes internados em hospitais
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Por causa da pandemia do coronavírus, hospitais estão proibindo a visita de familiares dos pacientes com Covid-19 e até mesmo os que estão internados por outras doenças. Ficar longe de quem ama, porém, não é fácil, principalmente nessa situação.
Pensando nisso, hospitais do Estado estão realizando “visitas virtuais”, conectando pacientes e familiares por meio de chamadas de vídeo.
O Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV) deu início, no último dia 17, ao projeto Visita Virtual, criado pela Equipe Multidisciplinar.
A unidade de saúde constatou que esse apoio psicológico é importante e melhora o quadro do paciente, que participa da chamada de vídeo se estiver com condições de se comunicar ou pode receber áudios de familiares caso esteja impossibilitado de falar.
“Pensamos na humanização. Você estar internado já desestrutura um pouco o seu emocional, e ficar privado de ver pessoas do seu convívio tende a ter um impacto negativo”, explica a psicóloga e coordenadora da equipe multidisciplinar do HEVV, Camyla Bastos.
“Então, é um suporte psicológico para os pacientes e para as famílias. E está tendo um resultado muito bom”, emenda.
Nesta quinta-feira (23), a família e a paciente Valdelina Cezária, auxiliar de serviços gerais de 56 anos, se comunicaram por chamada de vídeo pela segunda vez desde que ela foi internada com sintomas gripais, na última segunda-feira.
“É muito difícil não poder visitá-la, mas a visita virtual serve para matar um pouco da saudade e a preocupação diária. Chora todo mundo”, conta o filho Jezeel Romualdo, 19, lembrando também da emoção do pai Genivaldo, 50, e da irmã Rebeca, 17.
“Só de ver minha mãe sorrindo, já dá um alívio no coração e a gente pode dormir em paz”, conclui.
Referência para tratar a Covid-19 no Estado, o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves informou que irá implantar as “visitas virtuais”, mas que tem o projeto “Amor em Palavras”, em que familiares enviam cartas para os pacientes.
Família mais tranquila
Uma família praticamente inteira infectada pelo novo coronavírus matava a saudade e se tranquilizava por meio de uma visita virtual possibilitada pelo Hospital Meridional de Cariacica, projeto que também se estende para as outras seis unidades da rede no Estado.
Enquanto a mãe, Alini, de 53 anos, e a irmã Camila, médica de 26 anos, estavam internadas na unidade de Cariacica até a semana passada, a irmã Ana Carolina Ewald Eller, servidora pública federal, 30 anos, o pai Wilmar, 61, que também contraíram a doença, e o irmão Bernardo, de 19, que não foi infectado, se comunicavam com o uso da tecnologia.
“Servia para todo mundo ficar tranquilo, vendo que estávamos bem. Minha mãe dizia que era o melhor momento do dia”, conta Ana Carolina.
Choro ao ver o filho
Internado em virtude de uma sepse pulmonar, Ramon Pereira Salomão, de 30 anos, e sua família foram os primeiros beneficiados com o programa Visita Virtual do Hospital Evangélico de Vila Velha, no último dia 17.
Ele foi o primeiro porque falava diariamente que estava com saudades da mulher e do filho, de quatro anos. Durante a videochamada com eles, Ramon chorou e ouviu o filho encerrar a transmissão com “Eu te amo, pai!”.
Boletim médico
A “videoconferência para UTI” do Hospital Santa Rita, de Vitória, serve também para passar o boletim médico aos familiares. “Passamos primeiro o boletim médico e depois, se o paciente estiver conseguindo falar, ele conversa com a família, sem encostar no tablet”, explica a médica intensivista Fernanda Zottich.
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