Capixabas deixam suas famílias para alegrar a vida de crianças em uma creche na África
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A solidariedade mobilizou um grupo de 30 capixabas, que deixaram suas famílias e o trabalho no Brasil para alegrar a vida de 350 crianças de uma creche na África. Eles chegaram em Luanda, Angola, no último dia 2 e retornaram ontem.
Empresários, dentistas, ambulantes e engenheiros se uniram para reformar a creche dessas crianças. Além do tempo, o grupo doou material escolar, atendimento dentário, sandálias e alimentos.
A empresária Penha Arraz esteve com o grupo em Luanda e compartilha a satisfação de participar de viagens missionárias. Essa foi a sétima nos últimos dois anos.
“Nossa missão foi levar amor, alegria e doações às pessoas da África”, lembra Penha. “A cada viagem, eu deixo um pouco de mim e trago um pouco de cada lugar que eu passo. Eu vou sempre para dar, mas na verdade quem mais recebe sou eu”.
O grupo já esteve em Angola anteriormente e também no Quênia, dois países da África. O objetivo é sempre o de ajudar as comunidades locais.
No Brasil, os missionários já passaram por Varginha (MG), Itabatã (BA), Juazeiro (BA), Boninal (BA), além de municípios do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
De família humilde, a empresária se põe no lugar de quem precisa, pois conhece suas necessidades. “Vim de família muito pobre e sei o que é passar dificuldade. Eu sei o que é uma pessoa precisar de um abraço, de algo que para mim sobra e que para eles é muito. Eu venho com prazer. É como se fosse uma gratidão a Deus por tudo o que Ele fez para mim” acrescenta Penha.
Interessados em participar dessas viagens podem se juntar ao grupo. Organizadas pela igreja Assembleia de Deus Nova Vida, as missões reúnem pessoas de diferentes denominações religiosas. Basta querer ajudar a quem precisa.
As próximas missões do grupo já estão programadas. “Nas férias de julho, iremos para Boninal, no sertão da Bahia. Em novembro, retornaremos ao Quênia, na África”, adianta Penha.
Depoimentos
Alegria e hospitalidade
“No meu exercício profissional de assistente social, vivenciei muitas situações difíceis no Brasil, mas o que contemplei na África mexeu comigo. A viagem impactou a forma que utilizo os recursos que tenho no Brasil. Vi pessoas em situação de extrema miséria, mas muito receptivas, hospitaleiras e alegres”. - Débora Moura de Souza, 72 anos, assistente social aposentada.
Cuidados bucais
“Levei um pouco do meu trabalho para a África. Ensinei técnicas de escovação para as crianças, aplicamos flúor e doamos kits escolares com escovas e cremes dentais. Se elas têm acesso à higiene bucal, o índice de cáries na escola diminui. Plantamos pequenas sementes para colher grandes frutos” - Mariela Almeida, 39 anos, dentista
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