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Entrevistas Especiais

“Fiquei careca e me reinventei”, diz a modelo Giovanna Luconi


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Imagem ilustrativa da imagem “Fiquei careca e me reinventei”, diz a modelo Giovanna Luconi
Giovanna Luconi |  Foto: Reprodução / Instagram

A modelo paulista Giovanna Luconi, de 24 anos, tinha apenas começado a deslanchar na carreira quando, em julho deste ano, foi diagnosticada com leucemia, um tipo de câncer no sangue.

Ela havia deixado o emprego na área de finanças e trancado a faculdade de Engenharia Ambiental para seguir a carreira que estava lhe rendendo bons trabalhos, inclusive como modelo para marca de coloração para cabelos, dessas que são estampadas em caixas e colocadas nas prateleiras.

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Giovanna Luconi, antes do câncer |  Foto: Reprodução / Instagram

Em vez de se entregar, decidiu se reinventar. Aproveitou o período do tratamento para se curar emocionalmente, reaproximou a família e passou a se amar mais depois que ficou careca.

Durante o período, ainda foi morar com o noivo, o engenheiro de produção Gabriel Bardeli Chaurais, que deu todo o apoio para que ela enfrentasse a doença.

Hoje, o câncer está em remissão (sob controle) e Giovanna toma medicamentos em casa. Ela conversou com A Tribuna sobre essa experiência que mudou sua vida.


Entrevista

A Tribuna – Quando você decidiu ser modelo?
Giovanna Luconi – Eu sempre sonhei em seguir a carreira de modelo, mas não havia tido a oportunidade. Comecei a trabalhar em uma empresa, com finanças, e a cursar Engenharia Ambiental.
Como estava infeliz com o trabalho, decidi pedir demissão para pensar no que fazer. Foi aí que começaram a aparecer trabalhos de modelo, sem eu ir atrás. Há um ano e quatro meses, entrei para uma agência e não parei mais. Tranquei a faculdade e mergulhei de cabeça na profissão.

Quando veio o diagnóstico de câncer?
Em julho deste ano. Eu sempre fui muito saudável. Não tive sintomas, apenas vinham aparecendo umas manchas roxas no meu corpo, mas pensava que tinha batido, sem perceber.
Um dia, porém, minha mãe contou 15 hematomas nas minhas pernas, e suspeitou que poderia ter algo de errado. No dia seguinte, fiz exame de sangue e no outro, já estava internada no hospital, com leucemia. Eu digo que dormi saudável e acordei doente.

 
    
    
    
    
    
    
    


    
        
    

    

Como recebeu a notícia da doença?
Primeiro, foi um choque, não caía a ficha. A primeira coisa que consegui raciocinar foi: se estou doente, algum propósito tem nisso.
Raciocinei que a gente não está no mundo a passeio, mas que tem uma missão para evoluir e aprender. Comecei a pensar no que poderia fazer de melhor e a buscar um enorme autoconhecimento. Eu compreendi o câncer. Não estou lutando contra ele. Eu o compreendi e o aceitei.

Como foi o tratamento?
Passei por cinco meses de quimioterapia venosa no hospital público, pois estava sem plano de saúde. Hoje, tomo os medicamentos (comprimidos) em casa. Nesse período de internação, coisas lindas aconteceram. Foi lindo ver a minha família se reestruturar.
Meu irmão e meu pai não se falavam há sete anos e foi no corredor do hospital que eles se reconciliaram. Minha mãe e minha irmã também buscaram ajuda para resolver suas questões internas e eu passei por uma verdadeira cura espiritual. Perdoei e trabalhei traumas da minha infância.
Acredito que o câncer veio se manifestar fisicamente por causa das doenças emocionais que eu sofria. Hoje, me sinto curada de todas elas.

Imagem ilustrativa da imagem “Fiquei careca e me reinventei”, diz a modelo Giovanna Luconi
Giovanna e o noivo Gabriel Bardeli Chaurais, que decidiu ficar careca para demonstrar apoio durante o tratamento |  Foto: Reprodução / Instagram
E a perda do cabelo?
Sempre fui muito apegada ao meu cabelo. Era grande, natural, e passou a ser meu instrumento de trabalho para empresas de cosméticos. Foi aí que fiquei mais apegada ainda. Quando tive a certeza de que perderia meu cabelo, foi muito difícil. Não queria nem imaginar, mas fiquei careca e me reinventei.
Comecei a perder meus cabelos aos poucos. Um dia, estava internada e meu noivo disse que eu ficaria linda careca. “Vamos ficar carecas juntos”, ele disse. Foi tão bom ouvir aquilo. Então, eu comecei a me preparar emocionalmente, a me despir do meu ego e dos padrões de beleza que eu seguia.
Já em casa, marcamos um dia com duas amigas: uma para me maquiar e outra para gravar tudo. Depois, meu noivo raspou a minha cabeça, e eu, a dele. Foi um dia incrível, tão divertido. Quando olhei no espelho, eu me amei na mesma hora, me reconheci. Agora já posso deixar o meu cabelo crescer, mas eu decidi ficar mais um tempo careca, de tanto que amei.

Vai retornar ao trabalho?
Sim. Estou me preparando para retornar ao trabalho no mês que vem. Estou superanimada e com muitas saudades, porque amo o que eu faço. Quero voltar à vida normal, como essa pessoa nova que me tornei. Tem sido fantástico ver como as pessoas se espelham em mim, na minha força.
Recebo mensagens de pessoas com câncer e depressão, precisando de ajuda, e é muito bom poder ajudar de alguma forma, através da minha história. Já tenho umas fotos para fazer, careca ainda. Também tem um trabalho social, por causa dos meus cabelos, com a empresa para a qual eu posava.

 
    
    
    
    
    
    
    


    
        
    

    

Qual o seu sonho?
Quero continuar usando a minha imagem para ajudar as pessoas. Afinal, este é o meu trabalho. Eu já realizava trabalhos voluntários e pretendo continuar.
Também quero participar de organizações não governamentais (ONGs) que ajudam pessoas com câncer. Além disso, quero desenvolver meu próprio projeto, uma rede de apoio a pessoas que passam por dificuldades e doenças físicas e emocionais.

E para 2020?
Uma vida normal. Conseguir fazer exercícios físicos, sair com meus amigos, realizar, produzir e colocar meus projetos em prática para ajudar pessoas.

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