Aluna de Cariacica em simulação da ONU
Estudante do Ifes foi selecionada para participar de evento em que jovens de diversos países vão debater questões globais
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A estudante Isabelly de Souza Bertolano Pires, de 17 anos, foi selecionada para participar do Harvard National Model United Nations - Latin America (HNMUN-LA), uma versão latino-americana de uma das maiores e mais prestigiadas simulações da ONU do mundo, a Harvard Model United Nations (HMUN).
Com o mesmo modelo, mesma simulação e mesmos organizadores (Harvard), a ação será realizada entre os dias 12 e 17 de janeiro do ano que vem no Panamá, e reunirá jovens de diversos países para debater questões globais reais, como direitos humanos e segurança internacional.
Isabelly, aluna do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) campus Cariacica, explicou que, durante a simulação, cada participante representa um país, autoridade diplomática ou até mesmo organizações para defender seus interesses, negociar soluções e escrever propostas de resolução para determinado tema ou conflito – tudo dentro das regras das Nações Unidas.
“Por exemplo, se a minha delegação for os Estados Unidos, em um comitê sobre Israel e Palestina, tenho de defender os interesses estadunidenses e sua política externa, sem pesar para a minha opinião pessoal, para resolver alguma temática sobre o conflito entre Israel e Palestina”, citou a aluna.
Fundadora do “Diplomando”, projeto que leva geopolítica e simulações da ONU para dentro das escolas públicas e por meio das redes sociais, a jovem já participou de diversas simulações em nível estadual e nacional, e destacou que será muito importante marcar presença na HNMUN-LA.
“É considerada uma escola de líderes globais. Um ambiente de aprendizado diplomático, cultural e humano. Em uma simulação tão prestigiada e tradicional, os jovens não são preparados somente para o mundo, mas são preparados para mudá-lo!”, destaca Isabelly.
“Uma simulação desse nível exige oratória, estratégia e negociação, mas principalmente empatia. O evento reúne pessoas de diversas nacionalidades, onde a diversidade é muito celebrada e o diálogo se torna algo essencial para nós. Essa iniciativa valida o papel de jovens como eu, uma moradora de Cariacica, a ser protagonista em temas globais”, acrescentou.
Além de agregar muito ao currículo, ela destaca que há o fator humano. “A troca de experiências, cultura e amor ao próximo”.
Para ajudar a cobrir os custos da viagem e inscrição no programa, a jovem está com uma vaquinha ativa pelo site www.vakinha.com.br.
“Boa oratória é fundamental”
Um estudante precisa ter boa oratória em eventos desse tipo. É o que diz Maria Luiza Pacheco, coordenadora de seleção e parcerias do Instituto Ponte e mestre em Relações Internacionais.
“Quando falamos de simulações da ONU, são temas que precisam de narrativas claras, confiantes e persuasivas, pois o objetivo é defender os interesses da delegação que a pessoa está representando”.
“Podemos desenvolver boa oratória com técnicas e exercícios de dicção, respiração e comunicação, verbal e não verbal. Mas é preciso ter domínio do conteúdo e controle emocional na simulação”, completa.
Maria Luiza diz que é preciso estudar profundamente o tema e treinar argumentos, valorizando a linguagem corporal e cronometrando o tempo, e assistir vídeos de simulações e comitês reais da ONU.
Bruno Emilio Pereira, gerente de Educação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-ES), afirma que a simulação da ONU é uma atividade rica, pois exige que o estudante se coloque no lugar de uma delegação e defenda ideias com clareza, respeito e estratégia.
“Ter boa comunicação, nesse contexto, significa saber interpretar o cenário, argumentar com base em dados e se posicionar com segurança, apresentando ideias de forma coerente, ética e respeitosa”.
“Desenvolver boa comunicação é possível a todos. No Senac, além de oferecermos o curso específico de Oratória, promovemos o desenvolvimento de competências comunicacionais”, acrescenta.
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