A crise climática e a urgência por um futuro sustentável
Crise climática se intensifica com recordes de calor, derretimento polar e desastres extremos, exigindo ação imediata e liderança global coerente
O planeta Terra emite sinais de que está em desequilíbrio. Segundo a ciência, estamos atravessando um dos períodos mais críticos em relação ao clima. Entre os fenômenos, destacam-se ondas de calor extremas e prolongadas — só em 2024, houve 41 dias a mais de “calor perigoso” do que a média histórica. Isso expõe a fragilidade dos ecossistemas, prejudica colheitas e eleva o risco à saúde humana.
Paralelamente, o derretimento das calotas polares acelera: a Antártida registrou seu 2º menor nível de gelo marinho, aumentando o risco de elevação do nível do mar. Por fim, a frequência e intensidade de desastres naturais dispararam. Em 2024, mais de 150 eventos extremos atingiram o planeta, afetando milhões. Esses dados evidenciam uma emergência de ação imediata.
Ainda assim, há uma desconexão entre a gravidade da crise e a reação política e social. O colapso ambiental tornou-se ruído de fundo no cotidiano, o que enfraquece a pressão pública sobre líderes e instituições. A polarização política e a desinformação alimentam essa lacuna entre o que a ciência alerta e o que é feito. Mesmo com tratados internacionais, como o Acordo de Paris, muitos países seguem subsidiando combustíveis fósseis e flexibilizando legislações ambientais. Esse abismo entre discurso e ação é visível, inclusive no Brasil.
Ás vésperas da COP30, em Belém (PA), o mundo se vê diante de uma escolha histórica: reafirmar compromissos e agir com coerência ou continuar empurrando a crise para as próximas gerações. No entanto, os bilhões investidos em armamentos e guerras demonstram um descompasso ético e estratégico. Enquanto se destinam quantias astronômicas para conflitos, falta financiamento para proteger o planeta. Essa alocação de recursos compromete tanto o futuro do clima quanto o futuro da paz, refletindo a ausência de uma liderança global comprometida com a sobrevivência coletiva.
Superar esse impasse implica encarar barreiras políticas, econômicas e sociais. A fragmentação institucional dificulta estratégias integradas, e o apego a combustíveis fósseis freia avanços. Apenas 1% do PIB global é destinado à mitigação climática. Socialmente, o distanciamento do público em relação ao tema reforça a inércia. É urgente investir em educação ambiental, fortalecer a governança climática e pressionar por uma transição justa e financeiramente viável.
Nesse cenário, os jovens não são espectadores — são protagonistas. Pelo mundo, multiplicam-se movimentos juvenis que pressionam líderes e criam soluções locais. A ansiedade climática pode ser combustível para a ação transformadora. Como expressa a Carta Global das Juventudes pelo Clima: “Estamos motivados, prontos para aprender e inspirados a agir, para agora e para o futuro.”
A esperança está em cada gesto consciente. E a escolha por um futuro sustentável — embora difícil — ainda está a nosso alcance.
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