Pau-Brasil produzido de forma legalizada no ES é usado para violinos e violões
Iniciativa no ES quer assegurar madeira legalizada e ambientalmente responsável para a indústria musical
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O Espírito Santo concentra cerca de 95% da oferta mundial da madeira do pau-Brasil utilizada na fabricação de arcos para instrumentos musicais de corda, como violinos e violões.
Sua importância foi alvo de uma pesquisa desenvolvida há duas décadas e que será apresentada em evento internacional no fim do ano.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e será apresentada na 20ª Conferência das Partes da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (COP20), que acontecerá no Uzbequistão, entre 24 de novembro e 5 de dezembro.

O estudo busca defender o uso sustentável da madeira da espécie. Desde 2022, o setor enfrenta obstáculos legais após a inclusão da espécie no Apêndice II da COP20, o que restringe o comércio internacional.
A decisão foi tomada após uma operação conjunta do Ibama com a Polícia Federal, que apreendeu milhões de reais em arcos produzidos com madeira extraída ilegalmente e destinados à exportação.
Para garantir uma alternativa sustentável, fabricantes e pesquisadores do Incaper, em parceria com o Governo do Estado, desenvolvem desde 2005 um projeto de reflorestamento na fazenda experimental do instituto em Viana, na Grande Vitória.
Sete árvores cultivadas na fazenda experimental do Incaper serão cortadas. A madeira será destinada a análises técnicas, marcando a segunda etapa da pesquisa.
A iniciativa busca assegurar matéria-prima legalizada e ambientalmente responsável para a indústria. Com o apoio do Instituto Verde Brasil (IVB), mais de 350 mil mudas já foram plantadas.
Atualmente, restam menos de dez empresas atuando no setor, de acordo com o presidente da Associação Nacional da Indústria da Música (Anafima), Daniel Neves.
Para manter tradição

Engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa e colaborador do Incaper, Pedro Galveas explicou que o objetivo é mostrar que é possível usar madeiras de florestas plantadas sem precisar tocar nas árvores nativas.
“É uma forma de preservar a espécie e, ao mesmo tempo, manter viva a tradição da archetaria capixaba”, afirmou.
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