Pescadores do ES vão buscar mercado na Ásia e Espanha após tarifaço de Trump
Setor busca soluções para lidar com possível impacto das tarifas de exportação; 93% do pescado capixaba têm os EUA como de stino
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Diante das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, pescadores capixabas voltam os olhos em busca de novos mercados para o atum capixaba, como Japão, China e Espanha.
Com 93% do pescado do Espírito Santo tendo os EUA como destino, segundo dados da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), a dependência comercial acendeu um alerta no setor.
O sinal vermelho já acendeu em Itapemirim, maior processadora de atum da América Latina, que exporta cerca de 350 toneladas do peixe por mês. Além disso, o município abriga o segundo maior terminal pesqueiro de atum do País, atrás apenas de Rio Grande do Norte.
Integrantes da Associação de Pescadores e Armadores de Itaipava articulam alternativas para evitar colapso econômico local e garantir o escoamento da produção em mercados mais seguros.
Para José Carlos da Silva, de 37 anos, pescador e associado à entidade há mais de dez anos, a diversificação dos destinos é urgente.
“A gente precisa abrir caminho em outros países, porque ficar na mão dos norte-americanos é perigoso. Um presidente muda, o mercado muda, e quem sofre é o pequeno lá na ponta. Japão, Espanha e China são lugares que valorizam o atum. É hora de olhar pra eles com mais atenção”, afirma.
De acordo com ele, a articulação para encontrar novos parceiros comerciais envolve também apoio técnico da associação e de órgãos ligados à pesca e exportação.
“Tem muito peixe bom saindo do Espírito Santo. Se abrir o mercado certo, a gente vende”, completa.
Já o secretário de Estado de Agricultura, Enio Bergoli, destaca a importância do mercado norte-americano para as exportações do Espírito Santo e alerta para os possíveis reflexos da medida na balança comercial.
“No agro capixaba, os EUA têm um papel relevante para o nosso comércio internacional. Em 2024, exportamos aproximadamente US$ 3,6 bilhões, sendo que mais de US$ 800 milhões desse total vieram das divisas geradas pelo agro destinadas aos EUA”.
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