Quando e onde será o próximo Mundial de Clubes? Fortes concorrentes lutam pela próxima edição
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Antes mesmo de a primeira edição do novo Mundial de Clubes chegar ao fim, já se articulam futuras candidaturas para a próxima edição, que será em 2029. Brasil, Catar, Espanha, Marrocos, Austrália e Nova Zelândia, Arábia Saudita e até os próprios Estados Unidos, sede deste ano, são possibilidades.
As manifestações iniciaram de forma espontânea por parte das afiliadas da Fifa. Esse movimento, para a entidade, representa um sucesso do novo torneio, que enfrenta certa resistência, principalmente na Europa.
O Brasil já vai sediar a Copa do Mundo Feminina em 2027, com oito cidades-sedes: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza e Recife. A ideia é mostrar um legado de um evento ao outro.
“Tudo começou com uma conversa de apresentação. Falei dos meus objetivos à frente da CBF e disse que queremos estar mais próximos da Fifa. Elogiei o evento e o nível dos clubes brasileiros e, por fim, coloquei o país à disposição para receber a próxima Copa do Mundo. O presidente Gianni Infantino ficou muito feliz, disse que é totalmente possível. Agora vamos trabalhar para dar certo. Vai ser um golaço”, disse o presidente da CBF, Samir Xaud em comunicado.
A intenção também é uma forma de a confederação brasileira se reaproximar da Fifa. Em 2023, quando o ex-presidente Ednaldo Rodrigues foi afastado, a entidade internacional não reconheceu o interventor nomeado na época. A crise mais recente, que culminou na eleição de Xaud, fez a Conmebol retirar o Brasil do Conselho da Fifa, dando a vaga à Argentina.
Catar e Arábia Saudita são os candidatos do Oriente Médio para o Mundial de 2029
O Mundial não está “preso” à sede da Copa do Mundo subsequente, como era a Copa das Confederações, apesar de a Fifa ter substituído um torneio pelo outro. Em 2021, a primeira edição do torneio de clubes seria na China (e só não aconteceu por causa da pandemia). O campeonato de seleções, contudo, já estava previsto para o Catar.
O país do Oriente Médio, aliás, tem a estrutura da Copa de 2022 como trunfo também para a sua futura candidatura. O país construiu nove estádios para o torneio de seleções e teria uma organização bem adiantada para bancar a competição de clubes.
Outro ponto positivo é que o torneio poderia levantar a bandeira de “carbono zero”, com deslocamento bem menor que a atual edição. Na contramão, um Mundial de Clubes no Catar teria de ser disputado em dezembro, a exemplo da Copa, no inverno.
A Arábia Saudita, que investe cada vez mais no futebol por meio de um fundo estatal, também coloca o Oriente Médio como possível destino. O país já receberá a Copa de 2034 e foi fiador do Mundial deste ano.
O US$ 1 bilhão de premiação é oriundo dos direitos de transmissão do torneio. A Fifa, porém, penou para negociar a venda. A DAZN comprou a distribuição. Antes disso, a empresa teve 10% de participações adquiridas pela companhia saudita estatal de comunicação.
Trio da Copa de 2030 e Oceania correm por fora na briga pelo Mundial
Não há como descartar, ainda, os seis países que receberão a Copa do Mundo de 2030. Argentina, Uruguai e Paraguai terão um jogo do torneio cada. Espanha, Portugal e Marrocos se dividem com as partidas restantes.
O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Rafael Louzán, fez movimento semelhante ao de Samir Xaud e se reuniu com Infantino. Os marroquinos também já disseram que gostariam de sediar o Mundial de 2029 em conjunto com Espanha e Portugal. O país africano três edições do antigo formato do Mundial (2013, 2014 e 2022).
Mattias Grafström já corroborou para uma edição na América do Sul ou, novamente, nos Estados Unidos. A Fifa estreita laços com o país norte-americano. Ainda neste mês, Infantino anunciou a abertura de um escritório de representação da Fifa na Trump Tower, após a inauguração dos escritórios da entidade em Miami, que abrigam a Divisão Jurídica e de Conformidade.
A Oceania tem o legado da Copa do Mundo Feminina de 2023, além da Copa Asiática Feminina de 2026, prevista para a Austrália, filiada à Confederação Asiática de Futebol (AFC).
Nesta edição, o Auckland City foi o representante da Oceania no Mundial. O time chamou atenção por ter jogadores que dividem o futebol com outras profissões. O continente discute a profissionalização do futebol, com a criação de uma liga, o que pode fortalecer o interesse em sediar o torneio de clubes.
Mundial de Clubes 2029: local em dúvida, lucro certo
A segunda edição do novo Mundial de Clubes está prevista para ocorrer entre junho e julho e 2029. O plano inicial é de que haja novamente 32 equipes, mas não é descartada a expansão para 48, eliminando o limite de dois classificados por país.
Sem essa restrição, potências como Barcelona e Liverpool poderiam estar na edição atual, aumentando o interesse de investidores. O país-sede tem uma vaga. Neste ano, o Inter Miami, de Messi, foi selecionado por ter conquistado a melhor campanha na temporada regular da MLS em 2024, o chamado MLS Supporters Shield.
Para 2029, estarão classificados os quatro campeões da Libertadores entre 2025 e 2028, além de duas vagas via ranking quadrianual da Conmebol. Até o momento, já têm vaga garantida na segunda edição: o Al-Ahli (campeão da Champions da Ásia), o Pyramis (campeão da Champions da África), o Cruz Azul (campeão da Concachampions) e o PSG (campeão da Champions League).
0 faturamento da atual edição é estimado em US$ 2 bilhões, abaixo dos US$ 9 bilhões esperados com a Copa do Mundo de 2026. Apesar da diferença, o Mundial de Clubes é uma aposta forte da Fifa.
Infantino tem na competição uma forma de segurar o crescimento das ligas europeias. Assim, o dirigente freia uma possível superliga com a elite do continente. Por isso também que o Mundial de Clubes paga cifras mais altas. A expectativa é que o retorno seja maior na próxima edição, aproximando o torneio, em lucro, da Copa do Mundo
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