Dois menores são apreendidos por tráfico e assalto no Ibura e em Boa Viagem
Ações ocorreram em dois bairros do Recife; simulacro de arma e drogas foram localizados pela PMPE
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Dois adolescentes foram apreendidos pela Polícia Militar de Pernambuco neste sábado (12), em bairros distintos do Recife, suspeitos de cometer atos infracionais análogos a tráfico de drogas e assalto. Os casos aconteceram em Boa Viagem e no Ibura, e foram encaminhados à Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA), onde foram adotadas as medidas cabíveis. As informações foram repassadas à imprensa neste domingo (13).
No bairro de Boa Viagem, policiais do 19º Batalhão foram acionados após um assalto na orla. Com base nas imagens do crime, o menor suspeito foi localizado na comunidade do Bode, no Pina.
Durante a abordagem, ele indicou onde havia escondido o simulacro de arma de fogo usado para ameaçar a vítima. Tanto o adolescente quanto o material apreendido foram levados à DPCA.
Já no Ibura, equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) estavam em patrulhamento quando receberam informações sobre tráfico de entorpecentes na comunidade do Jagatá.
Ao chegarem ao local, os suspeitos tentaram fugir, mas um menor foi detido. Com ele, os policiais encontraram 13 bombas de maconha, 29 porções da mesma droga embaladas em ziplocks, 18 porções de haxixe, três pedras de crack e R$ 10 em espécie.
O adolescente estava acompanhado da mãe durante a condução à delegacia especializada. As idades dos envolvidos não foram divulgadas pela corporação.
Estatuto completa 34 anos neste domingo
As apreensões aconteceram justamente um dia antes do aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 34 anos de vigência neste domingo. Criado em 13 de julho de 1990, o ECA garantiu direitos fundamentais para crianças e adolescentes, inclusive nos casos de atos infracionais.
No entanto, passadas mais de três décadas, o debate sobre a responsabilização de adolescentes segue pouco aprofundado no Brasil. Embora os jovens de hoje tenham mais acesso à informação — especialmente por meio da internet — do que os da época em que o Estatuto foi aprovado, as infrações continuam ocorrendo, muitas vezes em contextos de vulnerabilidade social e ausência de políticas públicas eficazes.
Não se trata apenas de clamar por punições mais severas, mas de reconhecer que o tema precisa ser enfrentado com mais seriedade, políticas integradas e diálogo com a realidade dos territórios.
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