Crise no Flamengo: cinco fatos que contribuem para a turbulência no clube rubro-negro
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Após a eliminação no Mundial de Clubes, o Flamengo enfrenta uma fase turbulenta nos bastidores. Tensões entre a diretoria e o departamento de futebol, perdas no elenco e decisões polêmicas são alguns dos fatores que abalam o clube.
Em campo, o time só poderá dar uma resposta no sábado, quando volta a jogar. O adversário será o São Paulo, no Maracanã, pela 13ª rodada do Brasileirão. Apesar da tensão no bastidor, o Flamengo é líder, com 24 pontos. Veja cinco razões para o abalo do clube carioca:
1. Saída de Gerson para o Zenit
Um dos principais episódios foi a saída de Gerson para o Zenit. O meia rescindiu o contrato por iniciativa própria, e o clube russo pagou integralmente a cláusula rescisória de 25 milhões de euros (aproximadamente R$ 160 milhões).
A saída se concretiza depois de uma série de rumores sobre a transferência. Até mesmo Carlo Ancelotti, técnico da seleção brasileira, conversou com o jogador sobre o assunto durante a última Data Fifa.
A perda do camisa 8, capitão e peça-chave do meio-campo, deixa uma lacuna significativa para o técnico Filipe Luís.
2. Recuo na contratação de Mikey Johnston
Apesar da negociação avançada e da viagem marcada do atacante Mikey Johnston ao Rio de Janeiro, a diretoria do Flamengo vetou a contratação. O recuo foi motivado pela reação negativa da torcida e de integrantes da própria diretoria, além de dúvidas do departamento médico sobre o condicionamento físico do jogador.
O veto à contratação de Johnston provocou descontentamento em José Boto, que, segundo o jornal O Globo, está avaliando deixar o cargo de diretor de futebol
3. Saída do meia Victor Hugo sem retorno financeiro
Considerado promessa da base, Victor Hugo foi liberado gratuitamente para o Famalicão, de Portugal. Dois anos antes, o Flamengo havia rejeitado uma oferta de 20 milhões de euros (R$ 107 milhões) pelo jogador do Wolverhampton. Na época da recusa, o volante era peça importante no time de Jorge Sampaoli.
Com Tite, porém, o jogador perdeu espaço. O Flamengo, então, o emprestou ao Göztepe, da Turquia, que pertence ao Sport Republic, grupo dono do Southampton. O empréstimo foi parte do negócio pela contratação de Alcaraz, já negociado com o Everton.
Agora, o Flamengo não lucrou com a ida de Victor Hugo ao Famalicão. A expectativa é conseguir um percentual em uma futura venda do meia.
4. Possível venda de Pedro
Embora a diretoria do Flamengo negue oficialmente, nos bastidores, o clube discute a possibilidade de negociar o atacante Pedro. Um dos principais jogadores do time, o atacante tem jogado pouco desde que se recuperou de uma cirurgia no joelho.
A avaliação interna é que, diante do cenário atual e da falta de espaço do jogador com o técnico Filipe Luís, uma venda na janela de julho pode ser uma oportunidade de mercado razoável.
5. Demissão em massa no futebol de base
Em janeiro, o Flamengo promoveu uma demissão em massa em seu futebol de base, desligando mais de 50 pessoas, entre funcionários e jogadores. A diretoria justificou a medida como parte de uma “reestruturação estratégica”. A ideia é que as categorias de formação estejam alinhadas com o futebol profissional.
Quatro meses após a primeira onda de demissões demissão, Cléber dos Santos foi desligado. Ele havia sido o técnico da campanha campeã da Libertadores Sub-20. O clube contratou o português Nuno Campos para assumir a equipe. Campos, que já havia trabalhado com Boto na Ucrânia, pediu demissão três meses depois, alegou problemas pessoais, mas logo fechou com um clube húngaro.
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