Itália vai conceder 500 mil vistos de trabalho para o triênio 2026-2028
Burocracia, no entanto, segundo a imprensa italiana, é o que mina a possibilidade de êxito do decreto
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O Conselho de Ministros da Itália, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, aprovou na segunda-feira (30) nova edição do decreto de fluxos migratórios laborais para o triênio de 2026 a 2028. O texto prevê a concessão de quase 500 mil entradas legais a imigrantes com contratos de trabalho permanentes ou sazonais no próximo ciclo – um aumento de quase 50 mil vistos em relação ao período anterior.
A medida é uma renovação do que o governo de Meloni já havia aprovado no triênio vigente e tem, como premissa central, atrelar os fluxos de entrada com as necessidades do mercado interno, levando em conta, segundo o texto, “a capacidade de acolher e integrar trabalhadores estrangeiros nas comunidades locais”.
Os vistos são concedidos a partir da divisão estabelecida no decreto, que considera tanto os Estados de origem e suas relações com a Itália quanto os setores mais necessitados: serviços (call centers, atendimento ao cliente, limpeza e manutenção), indústria (moda, logística, alimentação, madeira e móveis) e agricultura. Em todos os casos, para que o imigrante obtenha, ao fim do processo, a autorização de residência, é necessário que haja um contrato formal com o empregador italiano.
BUROCRACIA
A burocracia, no entanto, segundo a imprensa italiana, é o que mina a possibilidade de êxito do decreto. No último período, iniciado em 2023, o que se observou foi uma ineficiência do sistema processual italiano e, em consequência, um resultado muito aquém do previsto e esperado pela primeira edição da lei.
Em 2023, primeiro ano do projeto , das cerca de 130 mil cotas planejadas, pouco mais de 74 mil (56%) tiveram autorizações iniciais emitidas, 37,8 mil (29,6%) chegaram aos vistos, 16 mil (13%) assinaram contratos, e cerca de 9,5 mil (7,5%) conseguiram a autorização de residência efetiva.
Os números seguiram a mesma toada em 2024, quando na última etapa só chegaram 7,8% dos processos previstos. Essa é a mesma tendência esperada para 2025.
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