Preservativo depois dos 50? Sim, é assunto nosso!
E você? Já parou pra pensar como tem cuidado da sua saúde sexual?
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Você já parou pra pensar sobre o uso de camisinha entre mulheres com mais de 50 anos?
Pois eu parei. E me assustei com os dados: segundo uma pesquisa do Ministério da Saúde, 72% das brasileiras acima dos 50 anos não usam preservativo nem mesmo nas relações casuais. Sim, você leu certo. E isso é muito mais sério do que parece.
A mesma pesquisa revela que mais da metade dessas mulheres, 55,3% é sexualmente ativa. O problema não é o desejo, nem a libido. O problema é a prevenção. Enquanto o uso da camisinha entre mulheres de 15 a 49 anos chega a 47,5% nas relações casuais, entre as acima de 50 esse número despenca para apenas 28%.
Entre os homens da mesma faixa etária, o número é um pouco maior: 36,9%.
Ainda assim, muito abaixo do ideal.
E por que estamos falando disso aqui, no “Eu & Elas”?
Porque sexualidade madura é um direito nosso. E com ela vem também a responsabilidade sobre o próprio corpo. Ainda ouvimos por aí que “não precisa mais usar camisinha porque não engravida mais”. Mas, minha amiga, gravidez nessa fase é o menor dos riscos. A AIDS está aí. Outras DSTs também. E não escolhem idade, classe social ou estado civil.
Sabemos que nem sempre é fácil negociar com o parceiro. Algumas mulheres ainda se sentem constrangidas, ou têm medo de parecerem desconfiadas. Outras dizem que “se ele não quiser usar, tudo bem”, mas será que está tudo bem mesmo? Será que vale a pena se colocar em risco só para agradar o outro?
E tem mais: muitas mulheres dizem que não gostam do preservativo por causa do cheiro, do tato, da sensação. Entendemos. Mas também sabemos que inteligência emocional e informação deveriam guiar nossas decisões na cama e fora dela. Deixar de se proteger é um erro com consequências que ninguém merece enfrentar.
- Entre os fatores que contribuem para essa baixa adesão, estão:
- A falsa ideia de que “não estou mais em idade de risco”
- Dificuldade de manuseio do preservativo
- Vergonha ou dependência emocional
- A sensação de estabilidade no relacionamento
- Submissão ao parceiro
- O medo de ficar sozinha
Mas a realidade mudou. O número de divórcios cresce, a viuvez chega, os aplicativos e redes sociais facilitam novos encontros, o turismo sexual existe, e com ele, a exposição ao risco.
Muitas vezes, o encontro é casual, rápido, envolvente. E é aí que a coisa acontece. Por isso, é essencial estar preparada física e emocionalmente. Porque quem vê cara, não vê histórico médico, né?
E aqui vai o ponto central dessa conversa: nós, mulheres 50+, temos uma vida sexual ativa, sim. E temos o direito de viver isso com liberdade, prazer e segurança. Cuidar da saúde sexual é parte do nosso autocuidado, da nossa autoestima, do nosso protagonismo.

Por isso, o “Eu & Elas” levanta esse tema sem medo, sem tabu, sem rodeios.
A camisinha não é só uma proteção. É também um ato de amor-próprio.
E você? Já parou pra pensar como tem cuidado da sua saúde sexual?
Lembre-se: esse papo também é seu.
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