"Tratamento contra a obesidade infantil é lenta e gradual", diz médico
Especialista destaca que combater a obesidade infantil requer acompanhamento médico e mudanças no dia a dia da família
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A obesidade é uma doença crônica e os pais precisam ter em mente que o tratamento não vai acontecer de uma hora para outra. É o que alertam especialistas no assunto, destacando que a prevenção é o melhor caminho.
“Não vai ser tratado de um dia para o outro, não tem remédio que cure. Estamos falando de uma doença crônica. O tratamento da obesidade na infância ocorre de forma gradual e lenta”, destaca Poliana Guarçoni, endocrinopediatra.

A especialista explica que o tratamento pode incluir medicação ou, em casos específicos, até cirurgia bariátrica em adolescentes. Mas o essencial é a mudança de hábitos de vida.
“Entre as principais estratégias estão a prática regular de atividade física, reeducação alimentar, redução do tempo de tela e o estabelecimento de uma boa rotina de sono, dormindo mais cedo. É um tratamento desafiador, porque exige uma transformação na rotina de toda a família, todos precisam se adaptar para contribuir com a melhora da saúde da criança”.
A médica faz ainda um alerta: colocar a criança para fazer atividade física sem mudar a alimentação não funciona.
“É extremamente importante, mas, se não vier acompanhada de uma alimentação saudável, não surte efeito”.
Poliana também chama atenção para a questão financeira. O tratamento muitas vezes exige uma equipe multidisciplinar, com acompanhamento de diversos médicos, inclusive profissionais da saúde mental, como psiquiatras.
Para evitar a obesidade, a prevenção é o melhor caminho. Nutricionista materno-infantil, Katiuscia Vecio aconselha os pais a priorizarem a “comida real”. Isso inclui alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, grãos integrais e proteínas de qualidade.
“A alimentação deve ser equilibrada, respeitando as necessidades energéticas e nutricionais de cada criança, sempre considerando o seu desenvolvimento individual”, afirma.
Além disso, ressalta que a família deve evitar alimentos ultraprocessados, como refrigerantes e fast foods.
“O ideal é que toda a família mude os hábitos. Criança não faz dieta, faz reeducação alimentar, e isso ela não vai fazer sozinha”.
Susto
“Fiquei muito assustada quando a médica disse que minha filha estava acima do peso e pré-diabética”, conta a autônoma Eliana da Silva, 53. Ela é mãe da Luiza da Silva, 10. Após o diagnóstico, colocou a filha para fazer muay thai na academia Vila Velha Fighter, com o professor Renato Lima. “Ela teve muita coragem e força de vontade. Já recebeu alta”. Eliana diz que a filha se apaixonou pela luta. “Estou num momento em que não posso pagar. Assim que as coisas melhorarem, ela volta”.

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