Comissão de Ancelotti na seleção fica sem ex-atleta brasileiro; veja os escolhidos

RIO DE JANEIRO - Carlo Ancelotti terá uma comissão técnica com mais estrangeiros do que se imaginava, pelo menos neste início de trabalho. Serão três auxiliares que trabalharam com ele recentemente no Real Madrid, além de Paul Clement, treinador inglês com histórico de colaboração com o italiano. Por ora, não há nenhum brasileiro com o perfil de ex-jogador da seleção, como se cogitava anteriormente.

Durante as negociações entre a diretoria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), intermediários e Ancelotti, foi considerada a possibilidade de incluir um ex-atleta com passagem pela seleção brasileira. A ideia era que fosse alguém com quem o novo comandante já tivesse trabalhado ou ao menos conhecesse bem.

Alguns nomes chegaram a ser especulados, como Kaká — o jogador brasileiro que mais vezes atuou sob o comando de Ancelotti — e Paulo Roberto Falcão, que jogou ao lado do técnico na Roma, nos anos 1980, e também já comandou a seleção. No entanto, a ideia não foi adiante, principalmente por um motivo: o entendimento entre Ancelotti e a CBF de que o atual elenco já está familiarizado com seu trabalho.

O treinador terá como base jogadores de sua confiança, como o volante Casemiro e o atacante Vinícius Júnior. Além disso, a CBF já conta com um ex-jogador do Brasil em um cargo estratégico: o ex-zagueiro Juan Santos, que atua como coordenador e pode exercer esse papel de elo entre Ancelotti e o ambiente local.

Todos os nomes para a comissão técnica já acertados entre Ancelotti e Rodrigo Caetano, diretor de seleções da CBF, foram mantidos após a eleição do novo presidente da confederação, Samir Xaud.

Taffarel, campeão do mundo em 1994, foi convidado por Ancelotti a permanecer como preparador de goleiros. Davide Ancelotti, de 35 anos, filho de Carlo, não acompanhará o pai nos dois primeiros compromissos da seleção em junho. Como deseja seguir carreira solo como treinador, ele negocia com um clube europeu. Se não fechar, vai integrar o time de Ancelotti a partir de setembro.

Três outros profissionais estrangeiros também virão ao Brasil com Ancelotti:

Francesco Mauri, auxiliar técnico; Mino Fulco, preparador físico; Simone Montanaro, que deve liderar o setor de análise de desempenho.

O fisiologista Guilherme Sampaio, responsável por acompanhar de perto a condição física de Neymar, permanecerá na equipe. Francesco Mauri é filho do renomado preparador físico Giovanni Mauri. Ele iniciou sua trajetória com Ancelotti no trabalho físico, mas com o tempo migrou para a área tática. Ganhou da imprensa espanhola o apelido de “mago das bolas paradas”, por ser o responsável pelos treinos de jogadas ensaiadas, como escanteios e faltas laterais.

Mino Fulco é mais um integrante da família de Ancelotti na comissão: é genro do treinador, casado com sua filha Katia, e o acompanhou em diversos clubes, como Real Madrid, Everton e Bayern de Munique. Simone Montanaro, por sua vez, também pode colaborar na preparação física.

Paul Clement, ex-treinador de clubes como Everton, Derby County e Swansea City, atuou como assistente de Ancelotti no Bayern, PSG e na primeira passagem do italiano pelo Real Madrid, entre 2013 e 2015. Ele deve ser o responsável pela organização defensiva nos treinamentos.