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Opinião Internacional

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Colunista

José Vicente de Sá Pimentel

Uma semana na Casa Branca

Revogação de proteção a imigrantes e tensões comerciais marcam o período

José Vicente de Sá Pimentel, colunista do Jornal A Tribuna | 25/05/2025, 16:30 h | Atualizado em 25/05/2025, 16:30

Imagem ilustrativa da imagem Uma semana na Casa Branca
José Vicente de Sá Pimentel, nascido em Vitória, é embaixador aposentado |  Foto: A Tribuna

A julgar pelo seu desempenho na semana finda, é avassalador o potencial de estragos que o governo Trump poderá causar nos 43 meses do resto do seu mandato.

Na segunda-feira, a Suprema Corte autorizou a revogação do estatuto de proteção temporária, concedido, no governo Biden, a cerca de 350 mil imigrantes venezuelanos. De quarta para quinta-feira, o governo determinou a expulsão deles. Desde então, reina a confusão. Não se sabe se cada um receberá um aviso individual, ou se podem ser presos a partir de agora. As estatísticas oficiais indicam que há cerca de 900 mil imigrantes venezuelanos nos EUA, dos quais 550 mil se beneficiam ainda de algum tipo de autorização de permanência provisória. Como distinguir uns dos outros?

Na dúvida, as empresas que contrataram seus serviços começam a despedi-los. A Disney, por exemplo, deu aviso prévio a 45 deles, exigindo que provem que se encontram em situação legal num prazo de 30 dias. Imagino a aflição desse pessoal, que, por triste ironia, votou maciçamente em Trump, por acreditarem que ele redobraria a pressão sobre Nicolás Maduro.

Na quarta-feira, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa foi destratado na Casa Branca, numa conversa televisionada, na qual Trump insistiu que cidadãos brancos seriam vítimas de genocídio na África do Sul. Nada justifica a grosseria, que já está se tornando o padrão das agendas no Oval Office. O pior é que Trump mostrou como prova vídeos de violências ocorridas não na África do Sul, e sim no Congo ex-Zaire, país que está envolvido numa guerra sanguinária desde 1998. O vídeo exibido deve ter sido cortesia de Elon Musk, que é cidadão sul-africano, de origem africâner, e filho de mãe supremacista branca.

Na quinta-feira, Trump causou uma perda de 70 bilhões de dólares no valor de mercado da Apple, ao tuitar em sua rede social ameaças de imposição de tarifas de 25%, caso os iPhones e outros produtos da empresa não passarem a ser produzidos nos EUA. Tim Cook, presidente da Apple, que até aqui vinha conseguindo contornar as esquisitices trumpistas, terá agora de demonstrar muita criatividade para enfrentar essa que parece uma missão impossível.

No embalo, Trump anunciou, sexta-feira, a intenção de impor tarifas de 50% sobre importações provenientes da União Europeia. Dizendo-se frustrado pela falta de progresso nas discussões em curso, ameaçou onerar o comércio com seus parceiros tradicionais com taxas mais pesadas do que as que estão sendo negociadas com a China.

Há algum tempo, foram despedidos pelo menos vinte peritos do Conselho de Segurança Nacional, órgão coordenador do aparato de segurança estratégica do país. Na degola, incluíam-se alguns funcionários de alta hierarquia e experiência nessas delicadas funções. Na quinta-feira, a imprensa divulgou que os substitutos eram todos militantes do movimento MAGA. Substituir técnicos renomados por ideólogos de extrema-direita é sempre perigoso. Quando as substituições são feitas na área de segurança estratégica, que tem a responsabilidade de analisar e aconselhar medidas de natureza militar, a coisa fica preocupante.

Na sexta-feira, a justiça americana revogou a proibição, imposta pelo governo Trump, de admissão de alunos internacionais em Harvard. A proibição havia sido imposta um dia antes, com a alegação de que a universidade não fornecera informações sobre “o ambiente hostil para estudantes judeus em seu campus”.

A sentença judicial será com certeza contestada pelos advogados de Trump, o que deverá reverberar nas instituições da elite acadêmica, nos EUA e no mundo. Além de exigir excelência no currículo, Harvard cobre três ou quatro vezes mais nas matrículas internacionais do que nas locais. Por isso, os candidatos normalmente preparam-se com grande antecedência, e a incerteza sobre o que pode ainda acontecer deve reprimir a demanda de vagas.

Enquanto isso, outras escolas, fora dos EUA, apressam-se a capitalizar sobre as adversidades de Harvard. A Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, por exemplo, já se ofereceu para acolher, incondicionalmente, quem quiser fazer a transferência. Alguns dos mais de 300 alunos brasileiros ora em Harvard já procuraram o nosso Consulado em Boston para sondar as possibilidades.

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