Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Tribuna Livre

Tribuna Livre

Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Deu ruim? Fica frio!

Confira a coluna desta quarta-feira (21)

Júlio Cezar Costa | 21/05/2025, 12:27 h | Atualizado em 21/05/2025, 12:27

Imagem ilustrativa da imagem Deu ruim? Fica frio!
Júlio Cezar Costa é coronel da Polícia Militar do Espírito Santo

A segurança pública é, há décadas, um dos maiores desafios enfrentados pela sociedade brasileira. Pesquisa realizada pela Quaest aponta que a violência, com 26% das respostas dos entrevistados, é hoje, o problema público que mais preocupa. Esse resultado reflete a insatisfação com um sistema que, apesar de esforços pontuais, parece incapaz de atender às necessidades de um País complexo e diverso.

O modelo atual, baseado em uma lógica belicista, falha em promover segurança e distancia os órgãos policiais das comunidades que deveriam servir. É hora de repensar o sistema, e a inovação, com foco na municipalização e na valorização do patrulhamento comunitário, surge como uma solução urgente.

A municipalização do policiamento ostensivo oferece uma alternativa viável. Ao descentralizar a gestão, as agências de segurança podem se adaptar às realidades locais, promovendo patrulhamento próximo e eficaz. Entretanto, o Brasil insiste em uma estrutura historicamente desatualizada.

A recente proposta de alteração do status constitucional da segurança pública, encaminhada pelo governo federal ao Congresso, já nasce sob olhares de desconfiança e desaprovação por parte das unidades federativas.

Em Pernambuco, o Tribunal de Contas publicou o “Relatório de Levantamento de Adesão dos Municípios à Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social”, constatando que 82% das cidades não possuem políticas para enfrentar a insegurança.

Em Santa Catarina, o governo destinará 1,4 bilhão de reais para a modernização de presídios, uma medida necessária, mas que foca na repressão e no sistema carcerário, em vez de atacar as raízes do problema.

Por outro lado, o governo de Goiás utiliza a segurança como bandeira política, proclamando o estado como “o mais seguro do Brasil”. Essa retórica, embora atraente em tempos de pré-campanha, mascara a necessidade de mudanças sistêmicas. A segurança pública não pode ser reduzida a slogans ideologizados ou promessas de investimentos pontuais.

Enquanto isso, em Brasília, a proposta de criar a cartilha “Deu ruim? Fica frio! O que fazer se você estiver com drogas e for abordado pela polícia” parece desconexa da gravidade da questão, reforçando a percepção de que o governo federal não compreende a urgência de uma reforma estrutural.

Assim, polícias locais, com autonomia para planejar e executar estratégias adaptadas às suas realidades, podem investir em prevenção e inteligência comunitária.

Esse modelo contrasta com a abordagem atual, que muitas vezes prioriza o espetáculo do confronto em detrimento da construção de confiança entre o Estado e o cidadão.

Inovar na segurança pública brasileira é uma exigência da população, que clama por um sistema capaz de proteger sem oprimir, de prevenir sem criminalizar.

A municipalização, aliada a uma visão comunitária, pode ser o caminho para romper o ciclo de violência. Cabe aos governantes, em todos os níveis, ouvir esse clamor e agir com coragem e visão de futuro.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

SUGERIMOS PARA VOCÊ: