Lula se diz otimista com possibilidade de negociação de paz entre Ucrânia e Rússia
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, dia 14, em Pequim (China) que espera que o russo Vladimir Putin compareça à reunião de negociação sobre a guerra na Ucrânia, na Turquia. Putin sugeriu um encontro a partir desta quinta-feira, dia 15, e o ucraniano Volodmir Zelenski aceitou, sob pressão dos Estados Unidos.
Ao retornar da China, Lula pretende aproveitar uma parada técnica em Moscou e ligar para Vladimir Putin. Ele deve pedir ao presidente russo que participe das negociações em Istambul pelo fim da guerra. Embora tenha sugerido as conversas diretas como contraproposta ao cessar-fogo, Putin ainda não confirmou se vai.
A chancelaria ucraniana pediu auxílio do Brasil e da China, nas últimas semanas, como revelou o Estadão, para que sensibilizassem Putin a aceitar um cessar-fogo e pudessem iniciar negociações de paz. Lula levou o pedido da diplomacia de Kiev a Putin, durante reunião no Kremlin.
Na véspera, Lula e o presidente chinês Xi Jinping se reuniram no Palácio do Povo e discutiram a questão. Eles divulgaram uma nota de apoio à ideia de negociação imediata e sem condicionantes, na Turquia, externada pelo russo no último dia 10. O comunicado não fala em apoio ao cessar-fogo imediato, uma condição defendida por Kiev, que voltou a pedir publicamente e em privado ao Brasil para estimular o processo de diálogo.
Lula afirmou que seu governo mantém há três anos a mesma posição, aposta na diplomacia e que ele mesmo já "teve a petulância de um dia ligar e dizer ao Putin 'pare com essa guerra e volte para a política que está precisando muito'".
Segundo Lula, sua visita a Moscou, sob críticas de um gesto claro de simpatia com Putin, gerou uma oportunidade de conversar sobre a paz. No entanto, não há garantia de que Putin aparecerá.
"Com muito otimismo vi a proposta. O presidente Xi Jinping e eu colocamos numa nota", afirmou. em referência à proposta de Putin de abrir negociações e a aceitação de Zelenski. Lula disse esperar que eles se juntem para conversar e comecem a "trocar palavras em vez de tiros".
"Vamos ver se o Putin vai e se eles se colocam em acordo", afirmou o petista.
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