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Cidades

Cientistas querem reconhecer vício em redes sociais como transtorno em adolescentes

Pesquisadores sugerem critérios clínicos para diagnosticar uso compulsivo de redes sociais com foco em saúde mental, prevenção e políticas públicas


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Imagem ilustrativa da imagem Cientistas querem reconhecer vício em redes sociais como transtorno em adolescentes
Para a psicóloga, o reconhecimento desse transtorno é fundamental para dar um passo em direção à ação. |  Foto: Divulgação

Um grupo de cientistas quer que o uso compulsivo de redes sociais entre adolescentes seja oficialmente reconhecido como transtorno mental.

A proposta, publicada na conceituada revista JAMA Pediatrics, define critérios clínicos para que o comportamento deixe de ser tratado como hábito e passe a ser encarado como uma condição médica, com impactos reais na saúde mental e no convívio social dos jovens.

Para especialistas, a medida pode ajudar a estruturar políticas públicas, estratégias de prevenção e tratamentos especializados, especialmente diante do aumento de casos de ansiedade, depressão, insônia e baixa autoestima relacionados ao uso excessivo de plataformas digitais.

“A inclusão da dependência digital como transtorno mental, especialmente para crianças e adolescentes, é importante por diversas razões, tanto do ponto de vista clínico quanto social e preventivo. Atualmente, o vício de telas não consta enquanto um diagnóstico oficial no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), o que dificulta o reconhecimento clínico, o diagnóstico adequado e o tratamento especializado”, afirma a psicóloga Karine Ataíde, especialista em psicologia clínica, escolar, inclusão e pesquisadora de dependência digital.

IMPACTOS REAIS NA SAÚDE MENTAL E NO CONVÍVIO SOCIAL

Imagem ilustrativa da imagem Cientistas querem reconhecer vício em redes sociais como transtorno em adolescentes
Estudos demonstram que o uso excessivo de redes sociais e jogos online pode levar a alterações na estrutura e função cerebral, afetando negativamente o bem-estar psicológico dos jovens |  Foto: Divulgação

Atualmente, Karine integra um grupo de pesquisa voltado aos estudos das infâncias e adolescências do Brasil. Segundo ela, são necessárias diretrizes formais para lidar com a crescente demanda por atendimento psicológico envolvendo adolescentes hiperconectados.

“A dependência digital está associada a diversos problemas de saúde mental em adolescentes, incluindo ansiedade, depressão, distúrbios do sono e baixa autoestima. Estudos demonstram que o uso excessivo de redes sociais e jogos online pode levar a alterações na estrutura e função cerebral, afetando negativamente o bem-estar psicológico dos jovens”, detalha.

Um estudo britânico, publicado na revista Nature Human Behaviour, analisou mais de 3 mil adolescentes de 11 a 19 anos e revelou que aqueles com histórico de transtornos mentais passam significativamente mais tempo em redes sociais do que os demais. Além disso, eles se mostram mais vulneráveis à comparação social, comentários online e perda de controle sobre o tempo de uso.

PROPOSTA BUSCA AMPARO PARA TRATAMENTO CLÍNICO E PREVENÇÃO

Para a psicóloga, o reconhecimento desse transtorno é fundamental para dar um passo em direção à ação.

“O reconhecimento dos vícios voltados às redes sociais abre caminho para políticas de saúde pública voltadas à temática, ações preventivas, tratamentos adequados e pode nortear famílias e escolas, trazendo entendimento de uma condição clínica que exige intervenção apropriada.”

Ela pontua ainda que o diagnóstico pode ajudar profissionais de saúde mental a diferenciarem comportamentos de uso excessivo do que, de fato, caracteriza uma condição patológica.

“Além de possibilitar um diagnóstico estruturado, os profissionais de saúde mental passam a ter critérios claros para identificar o problema, contribuindo para a diferenciação do uso excessivo de um transtorno real, já que nem todo uso frequente é patológico, mas o transtorno envolve prejuízos à vida social, acadêmica, emocional e física.”

PAPEL DA ESCOLA E DA FAMÍLIA NO ENFRENTAMENTO DA DEPENDÊNCIA

Atualmente, a especialista vem desenvolvendo projetos e palestras voltadas à saúde mental e uso saudável de tecnologias. Ela destaca ainda o papel da comunidade escolar e familiar nesse processo.

“Família e escola desempenham papéis fundamentais no enfrentamento da dependência de redes sociais entre adolescentes, pois são os principais ambientes de formação emocional, social e comportamental.”

Para ela, reconhecer formalmente a dependência digital como um transtorno mental pode ser mais do que uma mudança técnica.

“A inclusão formal da dependência digital como transtorno mental pode ser um passo decisivo para encarar essa questão de forma ativa e proteger a saúde mental dos adolescentes em um mundo cada vez mais conectado”, completa.


🔹 SINAIS COMPORTAMENTAIS

Uso excessivo e descontrolado de redes sociais, mesmo em situações inadequadas (aulas, refeições, madrugada).

Irritabilidade ou ansiedade quando estão longe do celular ou sem acesso à internet.

Negligência de atividades diárias, como estudos, refeições, higiene ou sono, por causa do tempo online.

Mentiras sobre o tempo de uso ou tentativas de esconder o que fazem nas redes.

🔹 SINAIS EMOCIONAIS E PSICOLÓGICOS

Queda na autoestima, muitas vezes ligada à comparação com o que veem online.

Aumento de sintomas de ansiedade, depressão e insônia.

Isolamento social, preferindo o mundo digital às interações presenciais.

Perda de interesse em hobbies ou atividades antes prazerosas.

🔹 SINAIS COGNITIVOS E FÍSICOS

Dificuldade de concentração e memória.

Fadiga mental e dores físicas (como nos olhos, pescoço e mãos).

Alterações de humor, especialmente após períodos de uso intenso.

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