“Não consegui contabilizar a farra na conta da minha mãe”, conta servidora pública
"Só em um banco, foram liberados cinco empréstimos em um único dia. Como pode isso?", reclamou
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Diante de um verdadeiro quebra-cabeça, uma servidora pública, de 48 anos, tenta desvendar um total de 12 empréstimos consignados – entre 2003 e 2023 – no benefício da sua mãe, uma pensionista de 70 anos de idade.
Com diversos extratos com débitos de seis instituições financeiras, a servidora desabafa: “Ainda não consegui contabilizar a farra na conta da minha mãe.”
Buscando essas informações, ela disse que começará a fazer o que descreve como uma peregrinação nas instituições financeiras em busca de respostas. Paralelamente a isso, vai procurar o Procon estadual e a Justiça na tentativa de pedir ressarcimento do que foi contratado de forma indevida.
A seu pedido, os nomes das instituições não estão sendo divulgados. Ela também pediu para que a sua identidade e da sua mãe fossem preservadas.
A Tribuna — A sua mãe contratou algum empréstimo?
Filha da pensionista: Eu ainda não tenho essa resposta porque estou tentando entender tudo isso. Mas a minha mãe admitiu que fez empréstimo há muito tempo, só que ela não sabe quando foi, quantas parcelas, qual o crédito.
Mas, independente disso, posso assegurar que ela é vítima da farra do desconto porque são muitos empréstimos, e a minha mãe não fez todos esses 12 empréstimos.
Não foi só isso: foram mais de 50 tentativas de empréstimos ao longo desses anos. Somente em um banco, foram liberados cinco empréstimos em um único dia. Como pode isso? O banco não tem gerência?
Em um deles, são 22 anos descontando R$ 101, o que dá um total de cerca de R$ 26 mil. Mas esse é apenas um de vários outros.
AT: São muitas parcelas?
São empréstimos parcelados em 84 meses e muitos são de parcelas com valor pequeno, o que pode ser uma estratégia para não chamar a atenção. Por exemplo, 84 vezes de R$ 16,90, 84 parcelas de R$ 30.
AT: Quando descobriu?
Soube do escândalo dos descontos indevidos pelas redes sociais na segunda e fomos olhar o extrato da minha mãe. Ela sempre teve independência financeira e a gente não monitorava. Levamos um susto e procuramos o INSS para bloquear novos empréstimos, o que foi feito.
Ela recebe um salário mínimo (R$ 1.518) e está com toda margem comprometida. Ela está recebendo R$ 980 por mês.
Não percebemos, pois somos filhos muito presentes e, graças a Deus, ela nunca passou necessidades. Agora e correr atrás para entender esse mistério.
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