Com 80% dos cardeais nomeados, legado de Francisco pesa na escolha do novo Papa
O Conclave está previsto para a segunda semana de maio e terá sete cardeais brasileiros entre os eleitores
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O Colégio de Cardeais já se prepara para o Conclave que escolherá o novo líder da Igreja Católica, após o falecimento do Papa Francisco. O início da votação está previsto para a segunda semana de maio, na Capela Sistina, no Vaticano.
Dos 135 cardeais com direito a voto, 108 foram nomeados por Francisco — o equivalente a 80% do total. Esse cenário deve favorecer a eleição de um sucessor alinhado com as reformas e a visão pastoral implantadas durante seu pontificado.
O Brasil terá sete representantes no Conclave:
Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília;
Cardeal João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília;
Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo;
Cardeal Jaime Spengler, de Porto Alegre, atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB);
Cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador;
Cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro;
Cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus.
Apesar de ser o país com a maior população católica do mundo, a tradição brasileira é de atuar de maneira discreta nos bastidores da eleição papal.
NOMES COTADOS NA SUCESSÃO
Entre os nomes mais cotados para suceder Francisco estão o italiano Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana; o também italiano Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano; o filipino Luis Antonio Tagle, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos; e o ganês Peter Turkson, conhecido por seu trabalho em justiça social e questões ambientais.
Antes do Conclave, os cardeais participam das chamadas Congregações Gerais, reuniões preparatórias em que discutem os principais desafios da Igreja e as qualidades esperadas no próximo pontífice. Esses encontros ajudam a formar consensos e identificar potenciais candidatos.
Durante o Conclave, os cardeais ficarão completamente isolados do mundo exterior — sem acesso a telefones, internet ou qualquer outro meio de comunicação — até que um novo Papa seja escolhido. Para ser eleito, o candidato precisa obter o apoio de dois terços dos votantes.
POR QUE O CONCLAVE É NA CAPELA SISTINA?
A Capela Sistina tem uma forte conexão com a história papal, sendo o local onde os papas são eleitos desde o século XV. Sua escolha se deve à sua centralidade no Vaticano e ao fato de ter sido construída sob o pontificado do Papa Sisto IV, de quem vem o nome "Sistina". A tradição foi consolidada com a eleição de papas desde então, reforçando a ideia de continuidade e a importância simbólica do lugar para a Igreja Católica.
SEGURANÇA E ISOLAMENTO
Durante o Conclave, os cardeais são isolados do mundo exterior para garantir que a eleição do novo papa ocorra sem influências externas, como pressões políticas ou da mídia. A Capela Sistina oferece a segurança necessária, além de ser um espaço suficientemente grande para acomodar todos os cardeais. Além disso, o local está bem protegido, com entradas controladas e garantias de privacidade.
SIGNIFICADO ESPIRITUAL
A Capela Sistina também é um local de grande significado espiritual. A sua famosa decoração, incluindo os afrescos de Michelangelo, simboliza a união entre a arte e a religião, e serve como um ambiente de contemplação e oração. O espaço evoca um senso de sacralidade, essencial para um evento de tamanha importância espiritual como a eleição de um novo papa.
FUNÇÃO PRÁTICA
A Capela Sistina, por sua disposição e características arquitetônicas, também facilita a realização do Conclave. É um espaço suficientemente grande para todos os cardeais, mas ao mesmo tempo intimista, o que favorece a concentração e a oração durante a eleição. Além disso, ela possui uma rede de segurança e de apoio logístico, importante para o bom andamento da cerimônia.
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