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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Sobrecarga materna: ainda precisamos falar sobre isso!

Coluna foi publicada nesta sexta-feira (05)

Gabriela Küster | 05/07/2024, 11:21 h | Atualizado em 05/07/2024, 11:21

Imagem ilustrativa da imagem Sobrecarga materna: ainda precisamos falar sobre isso!
Sobrecarga materna é uma questão social enfrentada por mulheres |  Foto: © Divulgação/Canva

Em tempos marcados pelas lutas e conquistas por igualdade de gênero e equidade no tocante às responsabilidades e aos direitos de homens e mulheres, há questões que relutam em avançar. Uma delas é a sobrecarga materna.

Essa situação enfrentada por inúmeras mulheres em todo o mundo reforça a necessidade desse debate, inclusive na esfera jurídica, para que milhões de mães tenham seus esforços valorizados, ao em vez de normalizados ou simplesmente romantizados.

Um estudo da Materna, hub de conteúdo de Universa UOL focado em acompanhar a gravidez de gestantes, revelou que 47,2% das mães brasileiras têm menos de uma hora por dia dedicada para elas mesmas.

A pesquisa, intitulada “Estudo Materna: o que pensam e querem as mães”, mostrou que, quanto mais recente a maternidade, maior a sobrecarga. Um total de 55% das mães de primeira viagem entrevistadas disse não ter nem uma hora por dia para atividades para si.

Por outro lado, a maioria (87,9%) contou que cuida dos afazeres domésticos por mais de uma hora diária, sendo que 10% passam mais de 13 horas focadas nessas tarefas da casa.

Em contrapartida, não faltam argumentos para normalizar uma realidade que precisa de ajustes e reconhecimento. “Teve filhos porque quis”, “Cuidar dos filhos e da casa é dever da mulher”, e outras alegações que só fomentam a ideia de que o excesso de responsabilidades deve se inclinar somente para um dos lados.

E por que não é possível realizar o sonho de ser mãe sem ter que arcar com a sobrecarga dessa missão tão nobre e, muitas vezes, tão esperada pelas mulheres e suas famílias?

Por que os cônjuges, em comum acordo, não podem compartilhar as atribuições da maternidade e paternidade de forma mais justa para que nenhum dos dois seja penalizado de forma a não conseguir ter o mínimo de tempo para o autocuidado?

Quando nos referimos às mães solo, a situação fica ainda mais complexa. A sobrecarga se agiganta diante da responsabilidade de assumir, na maior parte do tempo, as atribuições da criação dos filhos. Esforços de tempo e recursos financeiros que dificilmente são contabilizados na hora de estabelecer uma pensão alimentícia justa que leve em conta cada função que essas mães desempenham dentro de suas casas, a qualquer hora do dia ou da noite.

É indispensável que os filhos vivam em um ambiente salubre e se desenvolvam dignamente com saúde física e emocional, e isso exige esforços que precisam ser considerados. A maternidade por si só não justifica que a mulher abrace apenas para si essa responsabilidade, ainda que não viva mais com o genitor dos seus filhos.

Onde há sobrecarga, por outro lado há ausência de um apoio consistente, seja no âmbito familiar ou jurídico, que permita a essa mulher viver a maternidade de maneira mais generosa, com suas responsabilidades em dia, mas também com os direitos respeitados para que tenham tempo de serem mulheres na sua totalidade, não apenas genitoras sobrecarregadas.

Imagem ilustrativa da imagem Sobrecarga materna: ainda precisamos falar sobre isso!
Gabriela Küster é advogada, especialista em Direito de Família |  Foto: Divulgação

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