Gangue que aplica golpe do nudes faz vítimas no ES
Três capixabas falavam com perfis falsos de mulheres, que enviavam vídeos e fotos nuas. Em seguida, os bandidos extorquiam os homens
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Três capixabas foram vítimas do chamado “golpe do nudes”, praticado por uma quadrilha gaúcha. De acordo com o delegado Rafael Liedtke, titular da 2ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico e responsável pelo caso, as vítimas do Estado pagaram um total de R$ 8.500 após as extorsões.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo usava perfis falsos de mulheres jovens em redes sociais para se aproximar de homens de classe média alta. Há casos em que os criminosos obrigavam mulheres ou adolescentes a enviar fotos nuas delas e repassavam essas imagens para os homens.
Em seguida, os criminosos passavam a extorquir os homens, se passando, por exemplo, por adolescentes ou pais. “Para a produção do material, os investigados aliciavam adolescentes, que mandavam fotografias, áudios e vídeos sob remuneração e até mesmo sob ameaças”, disse Liedtke.
Na próxima fase do esquema, o grupo recebia dinheiro por meio de pessoas também envolvidas na organização. Esses criminosos emprestavam suas contas bancárias e números de CPF para que fossem feitos depósitos, sendo remunerados pelas lideranças do grupo.
O grupo atuava aplicando o golpe para lucrar e manter o tráfico interestadual de drogas e de armas. “As vítimas capixabas, em geral, são homens casados, mais velhos e religiosos. A quadrilha atuou, pelo menos, entre 2021 e 2022, mas o período investigado abarca abril a setembro de 2022”.
De acordo com o titular da Delegacia de Repressão de Crimes Cibernéticos, delegado Brenno Andrade, os criminosos utilizam a tecnologia e a intimidação para manipular e extorquir as vítimas.
Criminosos de outras quadrilhas com celular do Rio Grande do Sul já fizeram dezenas de vítimas na Grande Vitória, nos últimos três anos. A polícia capixaba fará contato com a polícia do Rio Grande Sul.
Bandidos criam delegacias com policiais falsos
Na última segunda-feira, a ação da quadrilha gaúcha do “golpe do nudes” foi interrompida pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Na Operação Cantina, pelo menos 33 pessoas foram presas.
Durante o período investigado, o grupo cometeu pelo menos 80 crimes em 12 estados e movimentou aproximadamente R$ 450 mil.
A operação aconteceu em diversas cidades do Rio Grande do Sul, como Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí e Imbé, além de Florianópolis, Ingleses e Carianos, em Santa Catarina.
Para aumentar a veracidade do golpe, os criminosos se passavam por familiares de adolescente e até mesmo por policiais falsos.
Eles chegavam a criar cenários simulando delegacias, onde atuavam como supostos delegados em vídeos, pressionando a transferência dos valores.
Os lucros eram distribuídos entre os membros, mas os líderes usavam o dinheiro para sustentar um estilo de vida luxuoso, com carros importados e viagens, e comprar terrenos e imóveis.
Entenda
O golpe
O grupo usava perfis falsos de mulheres jovens em redes sociais para se aproximar de homens de classe média alta. Há casos em que os criminosos obrigavam, ameaçando mulheres ou adolescentes para obter fotos nuas delas e repassavam essas imagens para os homens.
Depois disso, os bandidos começavam a extorsão com os homens, dizendo a eles que estavam conversando com adolescentes, por exemplo, se passando por delegados de polícia do Rio Grande do Sul ou por pais.
Na próxima etapa, pessoas recrutadas pela organização recebiam o dinheiro das extorsões e o distribuíam entre laranjas, que eram pagos pelo grupo criminoso.
O objetivo era fazer com que o dinheiro retornasse aos responsáveis pelas extorsões.
Luxo e ostentação
Esse dinheiro sustentava luxo para os líderes do grupo e suas famílias, além de ser compartilhado com outros criminosos, muitos deles presos, que usavam o dinheiro para conseguir privilégios nas prisões.
Uma parte do lucro da organização também era utilizada para alimentar o tráfico de drogas e armas.
Operação
A Operação Cantina, conduzida pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, resultou na prisão de 33 pessoas, na última segunda-feira.
Foram apreendidos veículos, armas, munições, dinheiro e outros bens.
Fonte: PCRS.
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