Cade vai analisar Fusão Garoto e Nestlé
O caso da fusão entre a Nestlé e a Garoto marcou a história do órgão. Depois da briga judicial, a legislação mudou, em 2012
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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligado ao Ministério da Justiça, deve analisar ainda nesta semana a compra da Chocolates Garoto pela Nestlé, feita em 2002. Em 2004, o órgão vetou a fusão.
A Nestlé recorreu à Justiça, que suspendeu no ano seguinte a decisão do Cade e autorizou a operação. Em 2009, essa decisão foi anulada e foi determinado que o Cade analisasse novamente o negócio das duas gigantes.
A Nestlé continuou recorrendo e, em 2018, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região confirmou que o Cade precisaria reabrir o processo.
Em 2021, o então presidente do órgão, Alexandre Barreto de Souza, determinou a reabertura do caso, com nova instrução.

Na época da fusão, a Nestlé tinha 34% do mercado de chocolate do País. Depois que comprou a Garoto, passou a ter 58%. A principal concorrente, a Lacta, tinha 33%.
Segundo fonte do Cade, a tendência é que, na nova avaliação, a fusão seja aprovada, já que o mercado de chocolate no Brasil tem um cenário bem diferente hoje.
O caso da fusão entre a Nestlé e a Garoto marcou a história do órgão. Depois da briga judicial, a legislação concorrencial mudou, em 2012, e a concretização dos negócios entre empresas passou a depender da autorização do Cade. Antes, primeiro a operação era concretizada e, depois, avalizada pelo órgão antitruste.
Durante as tratativas de se chegar à concretização do negócio, o Cade chegou a exigir, por exemplo, que a Garoto abrisse mão de marcas que fizeram da empresa do Estado uma das mais famosas no mercado como o Baton Garoto e o bombom Serenata de Amor, para atender algumas das diversas exigências do Conselho.
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