Atirador se declara culpado por massacre nos EUA
Jovem de 19 anos admitiu motivação racista para matar 10 pessoas negras em um supermercado em Buffalo, Nova Iorque
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O atirador de 19 anos, Payton Gendron, responsável pelo massacre em um supermercado de Buffalo, no estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos, se declarou culpado dos crimes de homicídio e de terrorismo doméstico motivado por ódio. O réu admitiu a motivação racista do ataque.
A audiência, que durou cerca de 45 minutos, aconteceu nesta segunda (28) a cerca de 3 quilômetros do local do atentado, que deixou 10 mortos e três feridos, em maio deste ano. As vítimas tinham entre 32 e 86 anos e eram negras.
Payton Gendron foi indiciado ainda por 25 acusações estaduais, incluindo terrorismo doméstico e assassinato instigado.
De acordo com os advogados de defesa, o assassino será condenado à prisão perpétua sem possibilidade de fiança pelo massacre, que foi transmitido ao vivo.
Inicialmente, Gendron, que tinha 18 anos na época do massacre, havia se declarado inocente. Agora, no entanto, ele aguardará sua sentença no dia 15 de fevereiro, segundo a imprensa americana.
De acordo com o promotor distrital do condado de Erie, John Flynn, Gendron se declarou culpado de todas as acusações.
Gendron, que estava algemado e usava um macacão laranja, mostrou pouca emoção durante o procedimento. Ele respondeu “sim” e “culpado” quando o juiz se referiu a cada vítima pelo nome e perguntou se ele matou cada vítima por causa de sua raça.
No dia do atentado, o jovem transmitiu o ataque ao vivo na plataforma de streaming Twitch e escreveu um manifesto de 106 páginas no qual defendia a teoria da conspiração de que os brancos estão sendo substituídos em seus países por imigrantes.
O ataque ao supermercado Tops Friendly foi planejado por meses e o local foi escolhido porque a população do local era majoritariamente negra.
À época, ele estava armado com um rifle de assalto AR-15, atirou em quatro pessoas no estacionamento do mercado e matou três antes mesmo de entrar na loja. Dentro, matou entre outros, o segurança, um policial aposentado, que disparou vários tiros contra ele antes de morrer. O atirador usava um capacete com uma câmera, que transmitiu o ataque.
Segundo levantamento da agência Associated Press, desde 2006, foram registrados 523 tiroteios em massa nos Estados Unidos, deixando mais de 2.700 vítimas.
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