Zico confia na sexta estrela da Seleção Brasileira

Maior ídolo da história do Flamengo e um dos ex-jogadores da Seleção Brasileira mais aclamados no País, Arthur Antunes Coimbra, o  Zico  sempre se destacou em campo por ser um craque, colecionando assistências, dribles e gols. 

Inclusive, nesta semana, o jornal espanhol as elegeu os melhores 11 do Brasil na história do Mundial. O maior ídolo rubro-negro está entre os escolhidos.

Zico elogiou o desempenho do Flamengo na temporada de 2022 e destacou os líderes do elenco rubro-negro. |  Foto: Arquivo/AT

Multicampeão pelo Flamengo e com nome histórico e reverenciado no futebol japonês, Zico ficou marcado por fazer parte de uma geração brilhante que encantou milhões de brasileiros, mesmo sem  conseguir trazer uma Copa do Mundo para o Brasil.

E ele também se destacou por ser um líder em campo.

Por toda essa experiência, ele estará em Vitória, terça-feira, para apresentar uma palestra sobre liderança. Antes, ele bateu um papo com a reportagem de A Tribuna onde falou sobre o tema. 

A Tribuna – Zico, o que significa ser um bom líder e como é possível alcançar essa posição?

Zico – Para ser um bom líder, primeiro, você precisa ter dom. E, depois, conseguir experiência, conhecimento daquela função que você vai exercer, conhecimento da modalidade e quais são os pontos importantes que você deve cuidar. Mas, eu acho que a liderança é muito boa, quando ela é válida pelo exemplo. Acima de qualquer coisa. O exemplo está em primeiro lugar.

No futebol como um líder deve se comportar e qual o seu papel no elenco? Foi no campo que você aprendeu a ser líder?

O exemplo está acima de qualquer coisa. Quando você cumpre com tudo aquilo que está escrito no seu contrato e você trabalha de modo que vai ajudar o coletivo, trabalha no “nós” e não no “eu”, chega em uma liderança bem sucedida. 

Aprendi isso com (Paulo César) Carpegiani, com o Luiz Carlos, que foi o primeiro capitão com quem eu trabalhei como titular no Flamengo. Ele veio do Corinthians, um zagueiro, um cara com uma postura maravilhosa, que procurava sempre ajudar todos os companheiros. Acho que isso foi fundamental. Depois, com o Carpegiani foi a mesma coisa. Líder total dentro do campo, ensinando como que você deve se posicionar, como jogador e como profissional também.

 Quais foram os melhores líderes que você já atuou? 

Tive a felicidade de trabalhar com pessoas realmente maravilhosas, dentro do campo, o Luiz Carlos e o Carpegiani eu já citei. Fora do campo, também trabalhei com técnicos como o Brandão, como Edu, Cláudio Coutinho. E um dos grandes líderes fora do campo, para mim, foi o supervisor Domingos Bosco – um cara espetacular e uma das pessoas que mais ajudou aquela geração de 80, responsável por todas aquelas conquistas que o Flamengo teve. 

Com a temporada chegando ao fim, como você analisa o desempenho do Flamengo que conquistou dois importantes títulos?

Acho que a temporada foi maravilhosa. O Flamengo poderia até ter tido melhor desempenho no Brasileiro também. Mas foi mal no início e não conseguiu recuperar. Mas, dos quatro títulos que o time disputou, conquistou dois importantíssimos. Então, o desempenho do Flamengo foi excelente.

Nesse elenco campeão qual jogador você aponta como o principal líder? E quem surpreendeu?

Eu acho que nesse elenco você não tem só um líder. Pelo que a gente nota, vendo de fora, a gente vê caras que têm uma postura muito boa, bons profissionais, como é o caso do Filipe Luís, do Diego Alves, do Diego Ribas. E o Davi Luiz também é um cara que tem uma grande importância como líder, é um cara que está acostumado a grandes conquistas, grandes competições, e a presença dele no elenco é fundamental.

Eu acho que o Flamengo tem jogadores muito experientes, jogadores com uma bagagem muito grande, além de grande qualidade técnica. Tudo isso foi fundamental nas conquistas. 

Dorival Júnior mostrou ser um bom líder? O que esperar dele para 2023? Seguirá motivado por novos títulos?

Dorival mostrou que é um bom líder. Ele já tinha mostrado isso no Santos, em equipes que ele dirigiu. Foi um jogador importante, capitão do meu irmão, o Edu, quando ele era do Joinville. Acho que Dorival foi importantíssimo nessa virada que o Flamengo deu, em mostrar a importância do elenco.

Ele conseguiu aproveitar bem os jogadores, deu oportunidades aos mais jovens, e o time cresceu muito de produção. Ele foi de suma importância nessas conquistas. 

E o Flamengo por mais quanto tempo vai conseguir manter essa hegemonia ao lado do Palmeiras no futebol brasileiro?

A hegemonia você só mantém se mantiver um ritmo de fome de conquistas e  isso é uma característica desse time do Flamengo. Então, se conseguir isso, se mantiver essa fome, acho que pela qualidade, pelo investimento que o Flamengo tem feito, pela renovação que tem demonstrado, a possibilidade do Flamengo conseguir continuar conquistando é muito grande. Flamengo e Palmeiras hoje estão num passe bem acima dos demais times brasileiros.

Agora falando de Copa do Mundo. Tite em sua segunda Copa está se mostrando um líder nato? O hexa vem?

Acho que o Tite conseguiu, como treinador, ser um líder de grande importância fora do campo. Fez grandes trabalhos em clubes, na Seleção, e lógico, tem tudo para conquistar o mundial. Está com um time bom na mão, teve uma renovação boa, tem jogadores com talento, em uma boa performance. Eu estou muito confiante para que o Tite conquiste mais uma Copa do Mundo para o Brasil. 

O que esperar de Neymar, Pedro e Éverton Ribeiro nesse Mundial?

Acho que esses jogadores, pela qualidade técnica deles, pela forma que eles se encontram, se mantiverem essa condição, têm tudo para ajudar o Brasil a conquistar mais uma Copa do Mundo.

SAIBA MAIS

Zico: “Liderança”

Local: Espaço Patrick Ribeiro. Novo Aeroporto de Vitória.

Dia:  22, terça-feira.

Horário: 20h.

Ingressos (valor único): Cadeira setor Premium, R$ 350; Ouro, R$ 200; Prata, R$ 150; Bronze, R$ 120.

Vendas: Na bilheteria do Espaço Patrick Ribeiro ou pelo site blueticket.com.br.  

Classificação: Livre.