Especialistas explicam sobre bactéria no pulmão que matou ícone do vôlei
Diagnosticada com síndrome aguda respiratória do adulto, a ex-jogadora Isabel Salgado morreu em São Paulo aos 62 anos
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A morte da ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado, aos 62 anos, ocasionada por uma bactéria no pulmão, pegou o público de surpresa. Amigos próximos confirmaram que ela foi diagnosticada com síndrome aguda respiratória do adulto (SARA), também chamada de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA).

A estrela do vôlei foi internada na última terça-feira, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e morreu ontem. Segundo especialistas, a síndrome é um tipo de insuficiência respiratória que pode ser resultante de diversas doenças, infecciosas ou não, como pneumonia, sepse ou trauma.
Segundo a pneumologista Ciléa Victória Martins, pacientes acometidos com a síndrome geralmente têm algum quadro de bactéria ou doença viral, que invade bruscamente o pulmão.
“Esse quadro faz um processo inflamatório no pulmão que perde a capacidade de encher e esvaziar. O pulmão se torna endurecido e infiltrado, como se estivesse cheio de água, com perda quase total de sua complacência”, explicou.
A pneumologista Dyanne Moyses Dalcomune explica que a síndrome não é uma doença, mas sim uma resposta do pulmão a outros tipos de agressão, e seus sintomas estão relacionados ao quadro de origem.
“Se for uma pneumonia bacteriana, devido ao prejuízo da oxigenação, ela provoca uma sensação intensa de falta de ar e dificuldade respiratória, que faz o paciente ir ao hospital e, muitas vezes, ele chega com um quadro de insuficiência respiratória”.
A pneumologista Roberta Couto ressaltou que, como os pacientes têm uma troca gasosa prejudicada, eles precisam ser intubados.
“Eles são colocados em ventilação e é feito um modo em que chamamos de ventilação protetora. Também pode-se tentar a posição prona. São cuidados intensivos de UTI para tentar reverter a causa”.
Tempo curto entre o mal-estar e a morte
De acordo com Paula Barreto, produtora de cinema e amiga da ex-jogadora, o tempo entre o mal-estar e a morte da atleta foi curto.
“Fiz um call com ela na segunda-feira. Ela estava supergripada. Falei para ela ir a um hospital. Ela me disse que já tinha ido e testado negativo para covid. Na segunda à noite, foi dormir e passou mal. Deixou para ir para o hospital Sírio na terça de manhã. Quando acordou na terça, já estava bem pior. Internou já no CTI”, revelou Paula.
“Detectaram uma bactéria que já tinha tomado o pulmão. Foi intubada e teve uma parada cardíaca às 4 horas”, completou Paula, em depoimento divulgado pelo UOL.
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